quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Decálogo pré-verão

Então Deus criou o homem e a mulher. E aí veio o Diabo e inventou o chopp do Luís, o pastel do Adão, o bolinho de bacalhau do Juca, o risoto do Pavão...

E o inverno que vai chegando ao fim, com ensolarados dias que parecem de verão (que Deus mantenha-os assim por todo o feriadão!), nos revela o verdadeiro inferno em que entramos de sola (quase sempre antes do samba, do rock, do dub, do funk...).

É, apesar deste que vos fala não ser um blog-mulherzinha, a gente não conseguiu deixar de se render às preocupações que as roupas a menos trazem. Sem falar no juízo final: o teste do biquíni! Glúteos, pernas, abdômem e, agora também, os braços [Envelhecer é uma merda, como diz Tônia Carreiro, mas a outra opção é morrer...] à mostra exigem a adoção de dez mandamentos – a Lei, que traça para a mulherada com mais de 30 o caminho duma vida liberta da escravidão do pecado.

Mas atenção. Contra eles há toda uma legião de mensageiros do demo, que quase sempre espalham suas mensagens em forma de torpedos e e-mails diabólicos: Jogo do Mengão no Buteskina, bora? Vinhozinho hoje? Ou o terrível Qual é a boa?, que quase sempre vem acompanhado de um pecado capital – invariavelmente a gula, a soberba, a luxúria e a preguiça. Vigilância total é pouco. O negócio é ter fé e rezar muito pra não cair em tentação.


Os dez mandamentos da balzaca

1. Irás adorar o seu professor de ginástica e amá-lo sobre todas as coisas, mesmo quando ele passar aquelas 5 séries infernais de abdominais.

2. Invocarás o Seu santo nome todo santo dia. Tá, 3 vezes na semana já é alguma coisa.

3. Guardarás os domingos de churrasco e as festas regadas a cerveja, coxinhas, brigadeiros, pastinhas...

4. Honrarás a Coca Zero, a água tônica, as sopas e os legumes (e os outros legítimos superiores).

5. Não matarás a malhação.

6. Não pecarás contra a castidade dos copos de água mineral sem gás, que você insiste em trocar pelo chopp, pelo vinho, pelo saquê...

7. Não furtarás a geladeira ao calar da noite.

8. Não levantarás falsos testemunhos (nem de qualquer outro modo faltaras à verdade dizendo que só jantou salada, não comeu pão, tomou só dois chopps e nem comeu chocolate quando você fez tudo isso e muito mais).

9. Não desejarás o homem da próxima. Pelo menos não enquanto você não tomar vergonha na cara pra ficar com um corpo que chegue, no mínimo, aos pés dela.

10. Não cobiçarás as coisas alheias tais como as coxas malhadas e as barriguinhas saradas daquelas que suam horrores no spinning enquanto você fica aí, de mesa em mesa, de bar em bar.


Nota das Blogeiras. A dica da vez é: curta muito o seu feriado! Principalmente você, que proclamou sua independência e vai curtir esses 3 dias livre, leve e solta. Faça o que der na telha, sem dar satisfação a ninguém (só à p. da balança). Soninha, essa é especialmente pra você: Já raiou a liberdade, já raiou a liberdade no horizonte do Brasil. Vá a luta, mulher!

domingo, 2 de setembro de 2007

S.O.G.R.A. Quem tem que se cuide

Entender o que se passa na cabeça das mulheres, ninguém entende. Tudo bem, a gente já sabe disso. Mas entender o que acontece quando aquele pimpolho mais coisa rica de mãe escolhe se casar... Ihhh! A maioria das mulheres algum dia pode passar pela Síndrome Ocupacional Geriátrica do Riso Amigo, mais conhecida como a categoria Sogra. Pior que menstruação, cólica, TPM, parto de cócoras no meio do mato, nesses casos é ser a Nora.

A S.O.G.R.A afeta as mulheres por volta dos 50 anos e, combinada à menopausa, traz estragos terríveis para as balzacas. Os sintomas da doença são: sentimento excessivo de posse, sorrisos amigos em excesso [mais conhecidos como desprezo, falsidade, ou ironia], dores freqüentes e é óbvio... falta do que fazer.

Quase todas as mulheres de uma forma ou de outra passam pela S.O.G.R.A, mas nem todas desenvolvem os sintomas da doença. Onde elas estão? Pior do que encontrar cabeça de bacalhau. Pelo menos, a gente nunca viu.

E quem não tem uma história no mínimo sui generis pra contar?

Dia desses, Heloísa, que achava que já tinha ouvido de um tudo de sua sogra, atende o telefone:

- Alô.
- Oi Heloísa, tudo bem? Está ocupada?
- Um pouco... mas pode falar.
- Sabe, é que eu comprei um jazigo perpétuo e como sei que você e o Carlinhos não são casados no papel, queria saber se você quer que insira o seu nome no contrato.
- Hãn?
- Sim, é ótimo. Grande, bonito...

Ainda tentando assimilar o que ela estava ouvindo.

- Olha D. Meire, muuuuuuito obrigada, mas não precisa. Além do mais, minha família já tem um.
-É? Mas onde? E cabe muita gente?

[Como assim????]

- Só sei que fica no São João Batista, mas sinceramente não faço a menor idéia de quantas pessoas cabem. Confesso que nunca parei pra pensar nisso.
- Ih, os de lá são muito antigos. O que comprei é um jardim, muito bom! Espaçoso, cabem umas 10 pessoas!

[OM NAMAHA SHIVAIA]

- Olha, eu estou lisonjeada pelo convite, não fique chateada, mas não precisa mesmo.

Vencida por uma força superior à Shiva, não conseguiu conter o deboche.

- Muito obrigada mesmo pela preocupação.
- É... Então, tá. Mais tarde eu ligo pro Carlinhos. Podemos almoçar juntos no próximo fim de semana.
- Pode ser... Vamos aproveitar a vida!

À noite, no jantar...

- Mô, sua mãe ligou hoje.
- Hum, e está tudo bem?
- Ela comprou um jazigo perpétuo.
- Mas pra quê? Precisa disso? Minha mãe tem cada uma...

[Ufa!]

- Ela ligou só pra falar isso?
- Ela queria o meu nome para colocar no contrato.
- Ah, legal!

[???????]

- Eu agradeci muito e falei que não precisava.
- Não acredito! Você disse não assim, na lata, pra minha mãe?

[OM NAMANHA SHIVAIA]


Cada uma...

Mas atenção. Nós, balzacas resolvidas que somos, mães de filhos homem, temos a sagrada responsabilidade de mudar o rumo dessa prosa e os sintomas dessa síndrome. Porque um dia nossos pimpolhos mais-coisa-rica-de-mãe também vão escolher alguém para casar, juntar, namorar... e lá vamos nós nos transformar nessa lendária entidade.