sábado, 1 de novembro de 2008

O insustentável descarte das relações.



Borboletas-monarcas não vivem muito. Semelhante às relações contemporâneas.

Sophia cansou. Cansou de construir castelos de areia, cansou de planejar e tentar não "perder a sua essência" de inevitavelmente acreditar nas relações.

Fechou armários, gavetas e janelas e entrou finalmente em um momento de inclusão pessoal. Qual o problema nisso [vibradores existem e não olham suas celulites... rs]?

Relações são contratos de aluguel, que podem durar eternamente como também podem ser rescindidos de uma hora para outra. Ainda mais se as cláusulas contratuais não forem revistas a cada período.

A vida é movimento. É mudança. E as relações devem acompanhar estas mudanças. O momento da paixão é necessário. É genético. É orgânico. Mas se vivêssemos de paixão eternamente, morreríamos de dor.

Apaixonar dói. Amar renova.

Amor verdadeiro [se é que existe] é renovável. Ecologicamente correto. Reciclável. Você separa as partes que podem ser recicladas e aquelas que demoram mais de 100 anos para se decompor. O universo entende.

As borboletas-monarcas foram meu achado. A migração desta espécie – que ocorre todos os anos - do México para os EUA, é épica. Envolve quatro [amigas, quatro!!!!]gerações de borboletas.

Quando a viagem termina, a última geração recebe um prêmio: vive por mais tempo... 07meses.

Enfim, Sophia saiu da terceira relação não-bem-sucedida. Enverga, mas não quebra.

Em nome das borboletas-monarcas, Sophia também quer receber um prêmio.

Qual? Somente o tempo irá dizer.

N.B: Em instantes a borboleta descola do chão, lançando-se no ar, podendo ser vista no jardim de alguém a beber néctar de uma flor, com o seu probóscide desenrolado, ou voando por cima das nossas cabeças à procura de um companheiro, para recomeçar todo ciclo novamente.

Recomeço. Sempre. Esmorecer? Nunca!