Tudo novo de verdade. Ou quase tudo.
É. Quase 9 meses se passaram desde aquele ‘Tudo novo de novo’. Gestação necessária pra que muitas daquelas resoluções – não todas ainda – se transformassem de verdade em ações.
Tá certo que muitas delas tiveram que ser tomadas na marra. A gente resolve, diz que vai mudar, que vai fazer, acontecer. E fica no diz que. No quero, mas não consigo. Quero, mas não dá agora. Quero, mas... Mas um dia cai a ficha.
Caiu.
Não, a gente não entrou pra igreja evangélica [aguardem, assunto pra breve], nem tampouco encaretou ou resolveu fazer do nosso ex-pretinho básico uma mureta* de lamentações.
Vai ver foi só o tempo que passou e trouxe com ele novos personagens. Vai ver a gente cresceu mais um pouquinho – e envelheceu, ganhou novos cabelos brancos, algumas ruguinhas. Vai ver a gente tá conseguindo – ou tendo que – equilibrar a tal tríade mulher-mãe-profissional. Vai ver a gente só quer mais saúde.
E olha que tem hora que parece que o teto vai desabar sobre a cabeça da gente. Soninha que o diga. É ex-marido que não dá as caras – ou quando aparece é uma conta cara demais. É a coluna que reclama, a tireóide que fica preguiçosa (segunda idade, né Claudinha?), as varizes que se rebelam. Aff. E os filhos.
Ah, os filhos. E é melhor nem falar agora em trabalho.
Melhor escrever. Vai ver é o melhor que a gente tem a fazer.
* N.B.: Mureta bacaninha e da hora – desde que o penúltimo Rio Show bagunçou o coreto do singular bairro das Laranjeiras – fica na Praça São Salvador. Democraticamente abriga bolsas e as bundas retardatárias que não encontraram cadeiras junto às mesas de bar, agora suas vizinhas, e são testemunhas de bons papos, papos bestas, risadas à toa ou beijos que prometem que a noite vai ser longa.
Cerveja de garrafa da Adega da Praça, com nosso inigualável garçom Antônio [sim, nós somos fiéis e guardamos os nomes dos nossos preferidos], pastel da Casa Brasil [recém-comprada pelo Belmonte], churrasquinho ali da esquina mesmo, na praça que é do povo que tem samba no sábado, chorinho no domingo, apresentação do grupo É do Pandeiro vira e mexe, e um carnaval inocente e despretensioso, onde as crianças correm soltas entre a mureta e o simpático parquinho, que fica logo após o chafariz.