terça-feira, 15 de setembro de 2009

Sexo e Fluxo



Energia vital, chackras, boas vibrações.
Tempo, clima, ar.
Trânsito [tráfego ou solar].
Bolsa de valores, investimentos, grana.
Taxa de material, utilitários quebrados.Aquela infiltração que cisma em aparecer.

Tudo deve e pode ser motivo para justificar nossos humores, relações, decisões.

Sophia encontrou uma amiga que está se reconstruindo.

Helena (só podia ser Manoel Carlos mesmo) está, digamos, repensando a vida.

- E aí amiga? Como estão indo as coisas? Novidades?
- Ah, Sophia... Decidi que a partir de agora só sigo meu fluxo.

Legal esse negócio de fluxo. Pode até ser de 28, 30 dias. Pode ser de acordo com a lua. Pode ser qualquer coisa!

- Helena, me explica. Que classificação você dá para “seguir seu fluxo”? Veja bem pra onde isso vai te levar. Isso é coisa da sua cabeça.

- CABEÇA! Isso. Falou tudo.

Fiquei desprevenida com a emoção atribuída à palavra dita, mas mexi a minha cabeça com aquela cara de bons amigos e de conteúdo [parafraseando Tom Zé: tô te explicando pra te confundir]. E concluí... É, a gente é o que a gente pensa. Mais ou menos assim que funciona, né?

- Não, Sophia. Você não entendeu nada [Nesse minuto minha cabeça real fervia. Meus neurônios idem. Quero uma cerveja, pensei]. A coisa é muito mais profunda. A partir de hoje, da zero hora de hoje, decidi que meus relacionamentos vão começar no fluxo certo. Antes era assim ó:

Boceta – coração – mente

Entende?

Só me restou dizer, prossiga.

Helena atendeu ao meu pedido e com emoção continuou: o fluxo boceta-coração-mente é sinônimo de boceta-coração-fudeu. Isso é contra fluxo energético. Raciocina: a energia não vai de baixo para cima. É de cima para baixo.

(risos eternos)

E começou a apontar para a sua própria cabeça – aliás, e a propósito - e para seus chackras com o indicador. "A única forma de mantermos relações duradouras em um período sorumbático é seguir o fluxo energético.
Cabeça-coração-boceta. Assim a gente tem mais garantia de ser feliz."

Não me contive e precisava de uma resposta mais prática com relação a essa narrativa tão pessoal e iluminada.

- Helena, posso te perguntar uma coisa?
- Fala.
- Você tem dado? Assim, trepado, transado, feito amor... Sei lá.
- Não.
- Ah, então ok. Tá explicado. Só me resta dizer, fudeu.