segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Íntimo e pessoal

Tem meses que são foda! E é por isso que a gente ficou tanto tempo afastadas... Mas estamos aí – e aqui de novo – pro que der e vier.

E o que veio especialmente hoje pra Bia foi a experiência única de levar sua filha de 13 anos pela primeira vez ao ginecologista. Não por acaso, a primeira e única ginecologista que Bia teve na vida, e que botou a hoje aborrescente no mundo.

Na sala de espera do consultório ela se lembrou de quando, 21 anos atrás, sentiu aquele primeiro desconforto, imaginando como seria escancarar toda a sua intimidade pra uma mulher – que ela nunca sequer tinha visto [se bem que já ter visto ou conhecido não muda muito o estranhamento da situação.

Para os homens, que nunca passaram e obviamente nunca vão passar por isso, a coisa acontece mais ou menos assim: a gente recebe um avental e um chinelinho (será que é pra dar mais aconchego ao momento?) e deita numa maca com uns apoios para as pernas – um evidentemente a quilômetros de distância do outro – que nos coloca numa posição em que até a alma fica exposta. Aí vem o médico com um instrumento que mais parece de tortura medieval: o tal do bico de pato, que afasta tudo o que possa tapar a visão do colo uterino.

E aí... bem, chega de detalhes. O fato é que o processo é um bocado desconfortável. Mas como todo mundo tá cansado de saber que é um exame vital para a prevenção do câncer de colo de útero, é com essa certeza e consciência que pelo menos uma vez por ano a gente adentra a sala de espera de um consultório ginecológico. E bem, fecha parênteses].

Bia se lembra daquele misto de medo e orgulho que sentira num consultório não muito diferente daquele, ao constatar que não era mais uma menina, que já era capaz de gerar uma vida. E hoje, ali do lado daquela menina-mulher, gerada no seu próprio ventre, revive 21 anos de amor e sexualidade, que geraram não apenas uma, mas duas vidas. Um filme passa na sua cabeça: a primeira transa, cheia de desejo e ansiedade; a segunda, um pouco mais madura; a terceira, a quarta... as transas do casamento, as que geraram seus filhos; a redescoberta de um novo sexo, após a separação; a última transa, impulso de tesão...

A médica chama as duas, mãe e filha, para a consulta. E a filha decide que só quer conversar. “Só vou ser examinada quando eu perder a virgindade.”

Tudo bem... mas, quando vai ser isso? Daqui a um ano, dois, cinco... dez? “Dez não, né, mãe? Tá louca?

E dá-lhe maturidade.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Tem dia que é foda

E nada a ver com a foda de que fala o texto* delicioso do Domingos de Oliveira, do filme Separações, enviado como contribuição do nosso amigo André Dias para ajudar a pensar sobre o último post .

Quem dera.

Tem dia em que os urubus cagam mesmo na nossa cabeça. [Embora isso pareça apenas uma força de expressão, quem nunca levou uma cagada de urubu não sabe a merda que ela significa.]

Sabe aqueles dias em que você pula da cama, depois de desligar pela sétima vez o alarme da soneca do celular – uma musiquinha chatinha, estridente, que vai subindo de tom até a filha adolescente acordar às 6 da madrugada pra ir pra escola – ao lembrar que tem médico dali a meia hora? Você cogita umas três vezes a possibilidade de não ir. Mas já faz uns 3 ou 4 meses que você faz isso, e daqui a pouco o exame que você levou uns outros 3 meses pra fazer vai caducar.

Toma banho correndo, bota a primeira roupa que vê na frente, pensa rapidamente se precisa de uma calcinha mais arrumadinha (não, hoje não vai dar, vai com qualquer uma) e enfia tudo na mochila – você ainda tem esperança de malhar na hora do almoço.

Se bem que tem a escova, que você pre-ci-sa-va fazer na hora do almoço para o congresso do dia seguinte... Ah, você pode malhar na hora do almoço e fazer a escova no fim do dia. Depois você decide.

Sai correndo (pensando bem, pra que malhar?), tropeçando pela rua. Você já está 10 minutos atrasada quando chega esbaforida no consultório do médico... Mas o que são 10 minutos de atraso diante dos outros 20 minutos que você fica mofando à espera do médico, que, obviamente, está atrasado. Podia ter dormido mais 5 minutos...

Sai do médico, voa pro trabalho. Aquele job que deixou você praticamente louca no dia anterior, até deixar tudo mais ou menos resolvido, ainda te espera com mudanças. Tudo bem, vamos lá.

Uma olhadinha rápida no Outlook. É, 42 e-mails na caixa de entrada não é tanta coisa assim. Daqui a pouco você começa a responder, ou pelo menos colocar bandeirinhas de urgência nos assuntos que você não tem a menor idéia de quando vai poder resolver.

Merda. Meio-dia e meia. Você não ligou pro seu filho, que a essa hora já saiu pra escola. É, não vai dar pra malhar. Quem sabe a escova?

- Dá um pulo aqui na sala de reunião.

A escova vai ter que ficar pra de noite. E a ginástica? Merda. Mais uma semana sem malhar. Amanhã não vai dar. Ontem não deu. Semana passada idem. Mas semana que vem você volta e corre atrás do tempo e do dinheiro perdido.

Você sai da reunião e lembra que ainda tem que comer. Avista mais 17 e-mails ao passar na sua mesa. Mas foda-se. Você precisa comer.

(Apertar o foda-se. Taí uma atitude libertária, de quem tem coragem de assumir as rédeas da própria vida. Experimente. Aperte aqui.

Claro que você engole a comida, quase não escova os dentes, lembra de ligar pra casa, ver se a filha comeu, se o cachorro não vomitou a planta que ele comeu, se o dinheiro deu pra comprar alguma coisa até o mês acabar...

Reunião de novo. Você ainda nem começou aquele texto que estão te cobrando desde anteontem, antes de você ter que tentar resolver aquele pepino de última hora que mudou todo o projeto que você vinha desenhando há alguns meses... Mas tudo bem, faz parte.

Você ainda tem uma hora... Antes da próxima reunião.

Mais e-mails, mais telefonemas, mais coisa pra assinar... 6 da tarde. E você ainda nem ticou a 2ª tarefa do dia.

Tem tempo. Enquanto a galera vai se despedindo, você põe o pé no pedal e começa: 3ª, 4ª, 5ª, 6ª... Cacete, a escova!

Foda-se. Tem horas em que você precisa cuidar de você. Faz a meleca da escova, reza pra não chover no caminho, volta pro trabalho. Ufa. Dez horas. Não deu pra fazer tudo, mas foda-se. Você precisa ir pra casa, tomar um banho quente, relaxar...

O celular mostra uma chamada de casa. A cobrar. Bem, você já está a caminho, dá pra esperar. A última conta veio astronômica.

Toca de novo. Não, você tá chegando, não precisa atender. Não há de ser nada.

- Vem ver, mãe.
- Posso chegar?
- Vem ver.
- Peraí, tô chegando. Trabalhei o dia inteiro.
- A empregada também, e olha só o que o seu amado filho fez...
- O seu irmão?
- Quem mais? A casa tá toda preta!

Ai, o gouache! Por que é que você não guardou aquela caixa de tintas que o seu anjinho descobriu outro dia dentro do armário, e que você, num delírio de mãe cega, não desconfiou de que um dia ele iria querer mexer?

Você pega o pano de chão e ajuda a empregada – uma coisa que você aprendeu com a vida é que uma boa empregada tem ser bajulada, principalmente às dez da noite – a limpar as portas, paredes, cadeiras, almofadas, tudo cagado de tinta preta. Bem, pelo menos sai com água.

Você dá banho na criatura, faz todo um discurso de que aquilo não pode se repetir nunca mais ou você vai lhe dar um castigo, enquanto a outra criatura – que ontem mesmo tinha cagado todo o banheiro de tinta vermelha para o cabelo – exige, aos berros, que você puna o mimado do seu filho.

O telefone toca e é a amiga dela avisando que amanhã vai passar a banda que elas veneram e idolatram na TV... Na hora da aula particular de matemática. Você diz que ela não vai desmarcar a aula coisíssima nenhuma, que afinal ela está de recuperação em 6 matérias, e provavelmente vai repetir a escola que você a duras penas banca sozinha... E é claro que ela recomeça a berrar dizendo que você não incentiva sua evolução nos estudos, que um 6 é muito pra quem só estava tirando 2 (é, não deixa de ser verdade), e que ninguém nessa casa a ajuda e...

Pow – porta na cara.

Bem, pelo menos todo mundo foi dormir cedo.

11 horas. Ainda dá tempo de você ver se tem alguma roupa que sirva pro evento de amanhã, ver a agenda do menino, se tem biscoito pro lanche, se o cachorro tem comida, se você ainda não estourou o limite do cheque especial, se tem algum recado no orkut, se tem post novo no blog... Nem que seja o desabafo de um dia foda pra caraleo.



* Vamos Foder o Dia Inteiro?
(Domingos de Oliveira)

Vamos ter um filho?
Vamos escolher o nome dele?
Deixa eu te alegrar quando você estiver triste.
Te ninar quando você estiver cansada.
Vamos foder o dia inteiro?

Deixa eu te fazer uma massagem com creme?
Vamos aprender a tocar piano juntos?
Vamos foder o dia inteiro?

Deixa eu ajoelhar e beijar tua mão.
Vamos ser tão felizes que fiquemos calmos.
Tão calmos que fiquemos fortes.
Tão fortes que possamos ajudar a todos os amigos que precisarem.
Vamos foder o dia inteiro.

Vamos aceitar tudo que o outro é.
Defender tudo que o outro é.
Amar tudo que o outro é.
Vamos foder o dia inteiro.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Prosa e poesia

Qual a diferença entre o amor e o sexo? Até que ponto é loucura não saber de que lado se quer estar? É possível ter os dois?

Claro que é. Que o digam muitos casais apaixonados que têm um sexo paradisíaco [aliás, mais uma para os próximos dez mandamentos*] por anos e anos a fio, seguido daquela vontade de dormir abraçadinho, de conchinha. Só para acolher e se sentir acolhido, querer e se sentir querido. Receita boa – se é que existe uma – para a felicidade conjugal.

Mas tem vezes que o amor acaba e nem o melhor dos sexos é capaz de sustentar a relação. Abraços são substituídos pela vontade inevitável de fechar os olhos e virar pro lado. E sonhar com outro. E olhar para o outro, despertando para o fato de que as coisas podem não estar nada bem.

E o que dizer daquelas relações em que o sexo é tudo? Ou só. Coisa de pele, de química, tesão, cheiro, vontade... Dessas que dão na escada, no banheiro, na garagem, no carro. Dessas que você nem sabe como começou nem como vai acabar. Que te tiram o ar, mas não te impedem de buscar um porto seguro pra ancorar.

Pois há também aquelas que te pegam no meio do dia, que fazem você correr para “aquele” compromisso inadiável que não existe [só para saciar a vontade]. Que quando o telefone toca, você acorda ouvindo um “Vem pra cá agora! Quero você!”. Não importa se é madrugada. O coração tá batendo mais forte – e você já está dentro do táxi. Vai começar tudo de novo.

É só sexo? Não, não é. Pois tem aquela vontade de ficar junto, de se ver mais vezes, de conhecer o outro, de ver filme junto, de andar de mão dada. Mas também não é amor. Não, ainda não. Não, de novo?

Viver um dia de cada vez pode ser o segredo – se é que há algum. Aproveitar ao máximo cada segundo... Pode ser o primeiro, pode ser o último. Pode [é, pode sim] durar a vida inteira. E se isso for muito tempo, que dure o tempo que seja. Sem ansiedade, sem medos, sem complicações.

Que vocês tirem a roupa [e depois não se lembrem como],
Que haja entrega total [sem cobranças],
Que o sexo seja animal [com amor na medida certa],
Que o amor tenha tempero [que ele te diga “me possua” e vocês morram de rir]
A verdade, se é que existe alguma, é que amor pode ser para sempre. Sexo também. Mantenha os dois vivos, não no outro, mas em você.


Amor e Sexo (Rita Lee / Roberto de Carvalho / Arnaldo Jabor)

Amor é um livro
Sexo é esporte

Sexo é escolha
Amor é sorte

Amor é pensamento, teorema
Amor é novela
Sexo é cinema

Sexo é imaginação, fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia

O amor nos torna patéticos
Sexo é uma selva de epiléticos

Amor é cristão
Sexo é pagão

Amor é latifúndio
Sexo é invasão

Amor é divino
Sexo é animal

Amor é bossa nova
Sexo é carnaval

Amor é para sempre
Sexo também

Sexo é do bom
Amor é do bem

Amor sem sexo é amizade
Sexo sem amor é vontade

Amor é um
Sexo é dois

Sexo antes
Amor depois

Sexo vem dos outros e vai embora
Amor vem de nós e demora


* N.B.: Vêm aí os outros dez mandamentos da balzaca – para o verão e para qualquer estação. Se você tem alguma dica ou sugestão, é só mandar.

Amor e Sexo

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Decálogo pré-verão

Então Deus criou o homem e a mulher. E aí veio o Diabo e inventou o chopp do Luís, o pastel do Adão, o bolinho de bacalhau do Juca, o risoto do Pavão...

E o inverno que vai chegando ao fim, com ensolarados dias que parecem de verão (que Deus mantenha-os assim por todo o feriadão!), nos revela o verdadeiro inferno em que entramos de sola (quase sempre antes do samba, do rock, do dub, do funk...).

É, apesar deste que vos fala não ser um blog-mulherzinha, a gente não conseguiu deixar de se render às preocupações que as roupas a menos trazem. Sem falar no juízo final: o teste do biquíni! Glúteos, pernas, abdômem e, agora também, os braços [Envelhecer é uma merda, como diz Tônia Carreiro, mas a outra opção é morrer...] à mostra exigem a adoção de dez mandamentos – a Lei, que traça para a mulherada com mais de 30 o caminho duma vida liberta da escravidão do pecado.

Mas atenção. Contra eles há toda uma legião de mensageiros do demo, que quase sempre espalham suas mensagens em forma de torpedos e e-mails diabólicos: Jogo do Mengão no Buteskina, bora? Vinhozinho hoje? Ou o terrível Qual é a boa?, que quase sempre vem acompanhado de um pecado capital – invariavelmente a gula, a soberba, a luxúria e a preguiça. Vigilância total é pouco. O negócio é ter fé e rezar muito pra não cair em tentação.


Os dez mandamentos da balzaca

1. Irás adorar o seu professor de ginástica e amá-lo sobre todas as coisas, mesmo quando ele passar aquelas 5 séries infernais de abdominais.

2. Invocarás o Seu santo nome todo santo dia. Tá, 3 vezes na semana já é alguma coisa.

3. Guardarás os domingos de churrasco e as festas regadas a cerveja, coxinhas, brigadeiros, pastinhas...

4. Honrarás a Coca Zero, a água tônica, as sopas e os legumes (e os outros legítimos superiores).

5. Não matarás a malhação.

6. Não pecarás contra a castidade dos copos de água mineral sem gás, que você insiste em trocar pelo chopp, pelo vinho, pelo saquê...

7. Não furtarás a geladeira ao calar da noite.

8. Não levantarás falsos testemunhos (nem de qualquer outro modo faltaras à verdade dizendo que só jantou salada, não comeu pão, tomou só dois chopps e nem comeu chocolate quando você fez tudo isso e muito mais).

9. Não desejarás o homem da próxima. Pelo menos não enquanto você não tomar vergonha na cara pra ficar com um corpo que chegue, no mínimo, aos pés dela.

10. Não cobiçarás as coisas alheias tais como as coxas malhadas e as barriguinhas saradas daquelas que suam horrores no spinning enquanto você fica aí, de mesa em mesa, de bar em bar.


Nota das Blogeiras. A dica da vez é: curta muito o seu feriado! Principalmente você, que proclamou sua independência e vai curtir esses 3 dias livre, leve e solta. Faça o que der na telha, sem dar satisfação a ninguém (só à p. da balança). Soninha, essa é especialmente pra você: Já raiou a liberdade, já raiou a liberdade no horizonte do Brasil. Vá a luta, mulher!

domingo, 2 de setembro de 2007

S.O.G.R.A. Quem tem que se cuide

Entender o que se passa na cabeça das mulheres, ninguém entende. Tudo bem, a gente já sabe disso. Mas entender o que acontece quando aquele pimpolho mais coisa rica de mãe escolhe se casar... Ihhh! A maioria das mulheres algum dia pode passar pela Síndrome Ocupacional Geriátrica do Riso Amigo, mais conhecida como a categoria Sogra. Pior que menstruação, cólica, TPM, parto de cócoras no meio do mato, nesses casos é ser a Nora.

A S.O.G.R.A afeta as mulheres por volta dos 50 anos e, combinada à menopausa, traz estragos terríveis para as balzacas. Os sintomas da doença são: sentimento excessivo de posse, sorrisos amigos em excesso [mais conhecidos como desprezo, falsidade, ou ironia], dores freqüentes e é óbvio... falta do que fazer.

Quase todas as mulheres de uma forma ou de outra passam pela S.O.G.R.A, mas nem todas desenvolvem os sintomas da doença. Onde elas estão? Pior do que encontrar cabeça de bacalhau. Pelo menos, a gente nunca viu.

E quem não tem uma história no mínimo sui generis pra contar?

Dia desses, Heloísa, que achava que já tinha ouvido de um tudo de sua sogra, atende o telefone:

- Alô.
- Oi Heloísa, tudo bem? Está ocupada?
- Um pouco... mas pode falar.
- Sabe, é que eu comprei um jazigo perpétuo e como sei que você e o Carlinhos não são casados no papel, queria saber se você quer que insira o seu nome no contrato.
- Hãn?
- Sim, é ótimo. Grande, bonito...

Ainda tentando assimilar o que ela estava ouvindo.

- Olha D. Meire, muuuuuuito obrigada, mas não precisa. Além do mais, minha família já tem um.
-É? Mas onde? E cabe muita gente?

[Como assim????]

- Só sei que fica no São João Batista, mas sinceramente não faço a menor idéia de quantas pessoas cabem. Confesso que nunca parei pra pensar nisso.
- Ih, os de lá são muito antigos. O que comprei é um jardim, muito bom! Espaçoso, cabem umas 10 pessoas!

[OM NAMAHA SHIVAIA]

- Olha, eu estou lisonjeada pelo convite, não fique chateada, mas não precisa mesmo.

Vencida por uma força superior à Shiva, não conseguiu conter o deboche.

- Muito obrigada mesmo pela preocupação.
- É... Então, tá. Mais tarde eu ligo pro Carlinhos. Podemos almoçar juntos no próximo fim de semana.
- Pode ser... Vamos aproveitar a vida!

À noite, no jantar...

- Mô, sua mãe ligou hoje.
- Hum, e está tudo bem?
- Ela comprou um jazigo perpétuo.
- Mas pra quê? Precisa disso? Minha mãe tem cada uma...

[Ufa!]

- Ela ligou só pra falar isso?
- Ela queria o meu nome para colocar no contrato.
- Ah, legal!

[???????]

- Eu agradeci muito e falei que não precisava.
- Não acredito! Você disse não assim, na lata, pra minha mãe?

[OM NAMANHA SHIVAIA]


Cada uma...

Mas atenção. Nós, balzacas resolvidas que somos, mães de filhos homem, temos a sagrada responsabilidade de mudar o rumo dessa prosa e os sintomas dessa síndrome. Porque um dia nossos pimpolhos mais-coisa-rica-de-mãe também vão escolher alguém para casar, juntar, namorar... e lá vamos nós nos transformar nessa lendária entidade.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

A vida não é justa (Mas poderia ser pior)

Sexta-feira no trabalho, pressão total. O telefone não pára. Todos os clientes ensandecidos, querendo tudo pra ontem... pra anteontem. São 10 e-mails pipocando por segundo, todos exigindo respostas urgentes. A loucura é tanta que você mal tem tempo de filtrar aquele que promete uma balada imperdível – desde, é claro, que você confirme a presença a tempo. Como tudo que você não tem é tempo, você só vê o e-mail no fim do dia, e simplesmente perde a bocada.

A vida não é justa, mas poderia ser pior. Ainda poderia ser segunda-feira.

Ele te chama pra sair, mas hoje você realmente não pode. A empregada não pode ficar com as crianças, você vai ficar até mais tarde no trabalho, tá detonada da noitada de ontem... enfim, hoje não vai dar. Você manda um torpedo quilométrico, daqueles de três, quatro páginas, gasta todo o seu português pedindo desculpas e dizendo que dias melhores virão – precisa deixar mais claro de que você espera por um outro convite? Pelo visto precisa, pois a resposta vem simples e objetiva: Ok. Bjs.

A vida não é justa, mas poderia ser pior. Ele poderia responder simplesmente: Ok. Ou nem mesmo responder.

Você combina um encontro e antes da hora H aparece aquele outro prospect, com quem você esbarra de vez em sempre. Você corre pro banheiro, inventa uma desculpa, desmarca o encontro com o outro, e quando você volta toda aliviada, já se preparando pra nova investida... percebe que o filho-da-mãe foi embora.

A vida não é justa, mas poderia ser pior: você poderia ter levado o bolo.

Volta e meia você dá de cara com o carinha e tudo indica que ele tá “disponível” – sempre livre, leve e solto. Sinal verde pra um... quem sabe? Natural que você se empolgue. Até que uma bela noite, você o encontra de novo, agora acompanhado de uma mulher. E ele a apresenta como "minha mulher" (e aquela voz no seu ouvido fica ali ressoando que nem repique: minha mulher, minha mulher, minha mulher...).

A vida não é justa, mas poderia ser pior: ele poderia estar te apresentando o namorado, ou pior, o marido dele.

Você tenta ampliar o seu networking [lembra daquela história de que o mundo é um Orkut?], mas por mais que você avance, os dados não falham. Você volta duas casas, e acaba sempre recomeçando o jogo. As figurinhas repetidas do passado vivem te rondando, que nem fantasmas [boo!]. E o pior, você ainda cai nessa... diversas vezes.

A vida não é justa, mas poderia ser pior: eles poderiam ter péssimas lembranças de você.

Você já sai com ele há algum tempo, e vem se preparando pro que tiver que rolar. Só que você não contava que a coisa fosse tãããããoooo devagaaaar. Mas eis que um dia o gigante adormecido acorda e... dessa vez, vai dar pé! Claro que a lei de Murphy impera, e justamente nesse dia você tá com aquela calcinha velha, que não combina em nada com o sutien. E é óbvio que a depilação não poderia estar em dia!

A vida não é justa, mas poderia ser pior: você poderia estar naqueles dias.

Seu ex não comparece. Deixa seus filhos fazerem o que bem entenderem, caga pro que eles comem, pro que eles vestem ou pra onde vão. Diz que não sabe quando vai poder pegá-los, que não pode ajudar nas contas e que prefere nem te ver – melhor mesmo nem falar com você. Mas não hesita em telefonar sempre que precisa de algum dinheiro emprestado.

A vida não é justa, mas poderia ser pior: você poderia não ter tido coragem de sair fora dessa.

E antes que os críticos digam que este post está muito Pollyanna...

A vida não é justa, mas poderia ser pior: você poderia não acreditar que tudo pode mudar.

Quer continuar a brincar com a gente do “Jogo do Contente”? Só depende de você. Pois tudo – simplesmente tudo – pode mudar. E o melhor... Sempre pra melhor!

Dica das Blogueiras: Hoje, quarta-feira (Já estamos no meio da semana! Anime-se! Ainda poderia ser segunda...) rola no Canecão o show de lançamento do filme e do CD de Brasileirinho (www.brasileirinhofilme.com.br). O documentário de Mika Kaurismäki é sobre o choro, considerado a primeira música popular urbana típica do Brasil. Gênero de música que, apesar do nome, é em geral de ritmo agitado e alegre (bem Pollyanna), caracterizado pelo virtuosismo e improviso dos participantes. Quem comanda o show desta quarta são os chorões Yamandu Costa, Silvério Martins, Trio Madeira Brasil e Zé da Velha.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Solteiro no Rio de Janeiro - Toni Garrido

Balzacas,meninos do Rio, ficantes, prospects. Ser solteiro também é muito bom!

Mulher solteira não procura

Hoje, dia do solteiro [e viva as comemorações!] dedicamos este post a nossa amiga Soninha, que recentemente passou da categoria “casada e desesperada” a “separada e aliviada”. É, ela finalmente se decidiu – depois de três anos de muita terapia, é verdade, e mais alguns anos à frente de defrag do sistema.

E não precisa agradecer, Soninha! Essa troca de figurinhas é sempre fundamental para nos botar no prumo, lembrar dos porquês, acreditar nas escolhas. Tudo mudou? Amiga balzaca, você ainda não viu nada! É tudo novo de novo!

E vamos aproveitar para quebrar alguns mitos. Estar sozinha pode ser bom demais também. Tem certas coisas que só a solteirice pode proporcionar. Se não, vejamos:

- Primeiro de tudo: você emagrece que é uma beleza. Solteirice pós-separação faz mais milagres pela sua forma do que qualquer bolinha, dieta da sopa, da proteína, do tipo sangüíneo, do chá verde, da luz.... [A não ser que você seja das compulsivas que descarregam tudo na geladeira.] O personagem principal passa a ser você, quando na verdade sempre deveria ter sido! Um dos maiores equívocos é viver o conhecido casamento embolado: ele é você, você é ele... tudo junto e misturado. Agora, você olha no espelho e fala: Oi, muito prazer! Respira fundo e parte pra luta.

- Você pode perder ou ganhar horas comprando coisinhas só pra você. Creminhos, produtinhos light, sopinhas... E viva os pacotes individuais feitos sob medida para solteiros. Mas se por um lado você economiza, por outro pode gastar mais. Todo cuidado é pouco.

- Que tal um spa domiciliar naquele domingo chuvoso? Banho de óleo de amêndoa, mel no rosto, babosa no cabelo, rodelas de pepino ou compressas de chá de camomila [pras olheiras, claro!] e outras variações gosmentas e melecadas.

- Depilar a perna – com pinça! Pelinho por pelinho, sem achar que está perdendo tempo com isso. Altamente terapêutico.

- Despejar todas as suas roupas na cama – que agora é só sua! lembre-se – até escolher aquela que mais combina com o seu astral do dia (ou da noite). E sair sem precisar recolher as roupas! Aliás, você pode guardá-las de volta quando bem entender – ou quando a empregada começar a fazer cara feia.

- Se arrumar toda e sair. Apenas sair. No caminho você decide aonde ir, com quem ir. E se ficar chato, você simplesmente vai pra outro lugar – sem dar satisfação a ninguém. Afinal a noite é uma criança!

- Pegar um DVD naquela sexta à noite [só aquelas em que você não quer ver ninguém ou em que a sua mãe, empregada, melhor amiga, vizinha ou – vá lá – seu ex não pode ficar com as crianças], de preferência um daqueles romances bem açucarados, pra você chorar até ficar com a cara inchada. E depois dormir na sala mesmo, de roupa e tudo.

- Ler, ler e ler. De revista Nova a Piauí, de horóscopo a economia, de filosofia a revista Caras.

- Atualizar sua personal network, incluindo amigos, conhecidos, praticamente desconhecidos e – o mais importante – prospects. Um processo que geralmente segue três etapas: primeiro, você se sente sozinha. Vive um luto pessoal que pode durar uma hora, um dia, um ano. Não importa... esse tempo é seu. Lembre-se: só seu. Mas, passado esse período, vêm as perguntas: Caraca, pra quem eu vou ligar?, Em que mundo eu estava que não vi nada acontecer? Aquela sua amiga casou, o mais galinha dos seus amigos agora é um pai de família [é, depois de anos, casou com aquela sua colega que pegava todos! E ainda assumiu os dois filhos dela!!!]. Depois, você entende a máxima de que o mundo é um Orkut. Quer ver só? Liste seis amigos/amigas e conheça amigos/amigas deles. A sua rede está formada e pode crescer em proporções astronômicas. E no meio desse povo todo, certamente você irá descobrir que conhece alguém, que conhece alguém, enfim... que conhece alguém. E aí o terceiro e último passo [ótimo, por sinal]: você passa a receber vááááários torpedos e escolhe com quem vai sair. Ou melhor, junta todo mundo e aumenta ainda mais a sua rede de relacionamentos.

A gente poderia continuar essa listinha básica aqui por horas e horas a fio. Mas como hoje é dia dos solteiros, e a gente também quer comemorar, fica aí o convite pra galera completar o post.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Amigas são pra essas coisas

Amigas de infância, de colégio, de faculdade ou de vizinhança. Do trabalho, do cursinho, das terças-em-dobro* ou do carnaval. Do futebol no Maraca (e quem disse que a gente não gosta?), do circuito cultural em Santa, da praia aos domingos ou do cinema às segundas. Do boteco da Lapa ao bistrô do Leblon, amigas sempre têm o que dizer, o que viver, o que lembrar. Afinal, amigas são pra rir junto num chopp*, chorar junto com um vinho*, ou falar merda com champanhe* – não necessariamente nessa ordem.

E pra que mais servem as amigas?

Amigas... bem... Amigas são pra tirar pedra, papel e tesoura quando um mesmo gato interessa a ambas. E, mesmo que ela ganhe, tira o time de campo quando percebe que ele tá de olho (ela jura que dessa vez ele olhou diferente) em você.

Amigas são também pra criar códigos que só as amigas entendem: “A vida não é justa”, quando Murphy impera e dois aparecem ao mesmo tempo [impressionante como a mesma lei não vale quando a gente está sozinha]; “Isso não é pra você”, quando o cara é um galinha, um grosso, um babaca ou um péla-saco; “Ih, é esteticamente desfavorecido”, “Ele é assim... grandão” [melhor deixar como código].

Amigas, aliás, são pra criar asas quando você está prestes a entrar numa furada. Ou algumas vezes pra se jogar de cabeça na furada com você. Amigas são pra te salvar daquele impulso insano, quando você dá de cara com um ex- (namorado, ficante, prospect) com outra [e o pior, com mais de um ex, mais de uma vez, sempre no mesmo lugar. É... amigas são pra quebrar algumas maldições que alguns lugares trazem.]

Mas só amigas ligam no dia seguinte pra perguntar: – E aí? Como foi? E ainda esperam você contar tudo, nos mais mínimos detalhes. – Nota de 1 a 10? [É, meninas também sabem fazer rankings de melhor performance.]

Amigas são das poucas pessoas no mundo que perguntam se seu filho sarou, se sua mãe melhorou ou se a sua TPM passou. A propósito, só mesmo amigas entendem aquela sua síndrome maldita, sem questionar seu (péssimo) humor – que costuma variar da vontade de matar à mais profunda vontade de morrer.

Amigas percebem que você não está nada bem, sem nem mesmo ter aberto a boca. Ou que sua pele está ótima, e a noite com certeza foi maravilhosa!

E por falar em noite, amigas avisam que aquela loja de lingerie está em liquidação. E ainda se oferecem pra ajudar a escolher o conjuntinho mais propício para ocasiões de más intenções.

Mas amigas também são pra dizer que certa roupa não te favorece. Que essa moda de legging e bata definitivamente não é pra você. Que é melhor colocar a bota pra dentro da calça. Ou, simplesmente mandar na lata, a tempo de você mudar de roupa antes de sair:

- Querida, se você queria parecer uma pistoleira, conseguiu!

E quando você diz que ama aquela jaqueta que ela diz que quase nunca usa, lá vem ela com:

- É sua. Fica muito melhor em você.

Amigas são pra você perceber que, mesmo que de vez em quando se sinta só, quem tem amigas tem (quase) tudo nessa vida. E não importa quantas primaveras, invernos ou verões já tenham passado – 10, 20, 30. Porque certas coisas definitivamente não mudam.

Ainda bem.



N.B.: Aproveite a terça-feira para um brinde à amizade. Ou a quarta, a quinta... Ops! sexta não, que sexta-feira é o dia internacional do não-amigo. Mas também tem a praia de sábado, a Lagoa de domingo, o cinema de segunda... O que vale é reunir as verdadeiras amizades – que podem ser entre amigas, entre amigos, ou entre amigas e amigos, com muita ‘palavra pra molhar’.


Champanhe

Champanharia Ovelha Negra
Rua Bambina 120, Botafogo. Tel.: (21) 2226-1064). 17h/23h (fecha sáb. e dom.). Trabalha com 40 rótulos. Serve sanduíches e petiscos. Não tem estacionamento.

Barbulhante Champanharia
Rua Barão da Torre 183, Ipanema. Tel.: (21) 2267-8746. 18h/2h (todos os dias). Trabalha com 60 rótulos. Serve aperitivos e pratos quentes. Não tem estacionamento.

Xampanheria
Rua Paul Redfern 37, Ipanema. Tel.: (21) 2529-6323. 18h/1h (fecha dom.). Mais de 130 rótulos. Serve petiscos. Estacionamento com manobrista.

Terça em dobro

Bar do Adão
Grajaú:.Av. Engenheiro Richard, 105 A . Tel.: (21) 2577.0730
Botafogo: Rua Dona Mariana, 81. Tel.: (21) 2535.4572
Aperitivos, deliciosos pastéis, escondidinhos, caldos e "aquele" choppinho.

Bar Luis
Rua da Carioca 39 – Centro. Tel.: (21) 2262-6900.
Fundado em 03 de janeiro de 1887, o Bar Luiz carrega a tradição e a história da boêmia no Rio de Janeiro. A casa, fundada há 120 anos, deve receber em breve o tombamento de sua marca. No cardápio, frios, pratos alemães, vinhos e o bem tirado chopp.

Drinkeria Maldita
Rua Voluntários da Pátria 10 – Botafogo. Tel.:(21)2527-2456
Terça em dobro. Chope e sanduíche submarino em dobro, de 18h até 0h.

Mistura Carioca
Rua Gomes Freire, 791- Lapa. Tel.: (21) 2221-6833
Nesta terça, dia 14 de agosto, Roda de samba com o grupo Batifundo. Os músicos recebem convidados especiais. Nos intervalos, DJ Barba comanda as carrapetas.
Chopp Duplo até meia noite!

Adega do Juca
Rua Paissandu 122- Flamengo.Tel.:(21)2225-2843
Pra quem gosta de bolinho de bacalhau e caipirinha de salinas, essa é uma ótima opção.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Alta infidelidade - parte II

Quando a gente pensa que já cometeu todas as loucuras do mundo e que não temos mais idade pra certas coisas... Vocês lembram do papo com a Soninha, né? Ela continua lá, remoendo seus botões de indecisões – tem até muitas novidades pra contar, mas essa também fica pra próxima. Lembram daquela amiga da Bia e da Sophia, que tava decidida a viajar pra encontrar seu mais novo amante virtual? Pois é, ela foi. E é ela mesma quem relata aqui uma das sete horas mais longas da sua vida, que antecederam o “crime”.

Ah, e antes que alguém possa torcer o nariz, achando que estamos fazendo apologia ao adultério, ao sexo virtual, ou a qualquer coisa do gênero, vamos logo explicando que longe de nós fazer qualquer julgamento de valor. Estamos apenas reproduzindo aqui o e-mail enviado por ela (e por motivos óbvios, nem pseudônimo ela vai ganhar aqui).

Lá vai:

“Pois é, amigas, preciso contar...
Sei que foi mais um grande surto. Mas que surtada boa!

Num impulso eloqüente entrei no táxi e me dirigi à rodoviária. A passagem já estava comprada, apesar de isso não significar muita coisa, pois tinha esperança de amarelar, cair em sã consciência antes do dia marcado.
Lá fui eu, olhos arregalados dentro do ônibus que me levaria para outra cidade (que não conheço) encontrar alguém (que também não conhecia).
[Não conhecia fisicamente, pois na teoria parecia ser o homem da minha vida. Papo de adolescente apaixonada, né?]
Pois então, foram cinco horas dentro de um ônibus. A cada parada me dava vontade de voltar. Uma voz interna e insistente que me acompanhou a viagem inteira pedia volta, volta... você está doida... Essa boa voz que vou batizá-la de RAZÃO brigava o tempo todo com outra que batizei de EMOÇÃO, e que insistia em que eu ficasse ali quietinha aguardando o meu destino.
O que será que vou encontrar?
Um doido tarado que vai me matar. Esfaquear-me, cortar-me aos pedaços e guardar o corpo debaixo da cama ou então me jogar em um penhasco... Ai meu Deus, o que será que estou fazendo aqui?
O que vai pensar minha família, quando derem conta do grau da minha loucura? Que exemplo estou dando pra minha filha adolescente? Cair no conto de um maluco na internet e morrer por causa disso...
Bem, seja lá o que vai acontecer, estou aqui. Sentada no ônibus esperando meu destino.
E se for tudo ao contrário? Em vez de um matador tarado... um príncipe encantado que vai me enlouquecer de tesão, me falar de coisas boas e bonitas, me beijar até o dia clarear, me amar e me dar muito carinho e prazer... Prefiro pensar nessa versão.
Mas e se ele forjou as fotos e eu der de cara com um homem vesgo, manco, feio, desdentado, gordo e careca... Um homem bem repugnante. O que faço? Saio correndo? Digo que eu não sou eu? Pra onde correr se não conheço a cidade? O que fazer?!?
E se ele for tudo de bom e me achar feia, velha, esquisita... Onde vou enfiar minha cara? Recolho minha feiúra dentro da mala e volto para o ônibus?
Que loucura! O que faz uma mulher com seus quase 40 anos viver uma aventura dessas? Por que não segui os conselhos de minhas amigas? Ir para as baladas por aqui mesmo em minha cidade, encontrar um gatinho, levar pra cama e no dia seguinte tudo azul... tudo lindo... Mas não, comigo tinha que ser diferente! Tinha que ter algum grau de complicação – se não, não seria eu.
Olho pela janela e reconheço que já estou em outro estado. Em um momento de ápice nervoso, levanto da cadeira e grito ao motorista que pare o ônibus que eu quero descer. Todos olham para mim com aquela cara de Qual é a sua, tia? Vai atrapalhar a viagem? Será que fiz mesmo isso ou foi só impulso da minha consciência doentia? Acho que foi só pensamento, pois o ônibus não parou.
Com os olhos mais arregalados que nunca, lá fui eu tentando reconhecer os caminhos que me levavam ao desconhecido.
Cheguei na rodoviária. Uma cidade estranha, com gente esquisita. Acho que todos me olhavam... Olha a louca carioca que veio atrás de um grande amor. Hahahahaha.
Ainda tenho alguns minutos, pois falei para o dito cujo que chegaria uma hora depois, no caso de eu cair na real. Fiquei ali, quieta, sentadinha entre viajantes e loucos varridos. Estava me sentindo a própria, perdida nos meus pensamentos de sonhos e medos... quando o celular tocou. Era ele perguntando onde eu estava, se eu já estava chegando. Fiquei calada sem saber o que responder... quando ouvi minha voz falando calmamente que eu já estava aqui.
Ouvi do outro lado uma risada... e um elogio que me bambeou as pernas.
- Você é linda.
Ele estava do meu lado.
Exatamente como eu imaginava, como eu sonhava... como eu queria que fosse. Não deu tempo de falar “oi”. Me agarrou pela cintura e me tirou o ar com um beijo maravilhoso...

Bem. Como eu estava falando no início, foi a surtada mais gostosa e emocionante da minha vida. Mas não aconselho meninas “normais” a tal aventura.”



Nota das Blogueiras:
Rola na próxima segunda-feira, 6 de agosto, o I Encontro BLS. Para Blogueiros, Leitores e Simpatizantes. Organizado pelo Beto Largman, o objetivo é que o evento seja um fórum livre de idéias entre pessoas que, de uma maneira ou de outra, estejam ligadas ao tema. Entre os convidados, Alexandre Inagaki (Agência Riot), que falará sobre blogs e marketing viral; Paulo Mussoi (coordenador dos blogs do Globo Online) vai mostrar a visão de uma grande empresa de comunicação sobre os blogs; Carlos Cardoso que vive exclusivamente do seu blog, um problogger; Fabio Seixas (analista de sistemas, sócio-fundador do Camiseteria.com e diretor de marketing do WeShow.com) vai detalhar como é possível rentabilizar um blog e Alessandro Barbosa Lima (a confirmar), diretor do E.life, explicará como funciona a monitoração do boca-a-boca na web. A entrada é franca, mas os lugares obviamente são limitados (cerca de 120). Claro que a gente vai estar lá.

Quando: 06/08 a partir das 19h
Onde: Armazém Digital – Shopping Rio Design/Leblon
Avenida Ataulfo de Paiva, 270 - Loja 104

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Alta infidelidade

Odiamos categorizações precipitadas. Mas se tivéssemos que classificar as balzaquianas, pelo menos as do nosso círculo de amizades, em algumas categorias básicas, seriam elas mais ou menos assim:

1. As separadas e aliviadas por finalmente não precisarem dar satisfações a ninguém; por poderem andar pela casa, que agora é só delas, de camisola velha e calcinhas de algodão; por poderem sair para onde bem entenderem com a intenção única e exclusiva de se divertir; por não saberem muito bem o que querem, mas saberem exatamente o que não querem mais;

2. As separadas e desesperadas em encontrar um novo e verdadeiro amor; alguém que as faça sentir amadas, bonitas, gostosas e... jovens; que seja romântico nas horas certas, e canalha nas horas necessárias; que ligue no dia seguinte, que responda (imediatamente) todos os torpedos, mas que não grude quando não é o momento;

3. As casadas e desesperadas por uma intensa paixão; daquelas que tiram o fôlego e que fazem cometer loucuras; que acendam um fogo quase sempre adormecido por culpa (?) da rotina, da falta de diálogo, do comodismo ou do deixa-pra-lá;

4. As casadas e felizes. [Como essa é uma categoria que a gente não conhece muito bem, vamos pular, ok? Sem querer desprestigiar nossas amigas casadas e felizes, que, por favor, estão convidadas a completar essa definição.].

É claro que poderíamos subdividir essas categorias em separadas e desesperadas ou aliviadas com e sem filhos, e em casadas e desesperadas ou felizes com e sem filhos, ou se esforçando para tê-los... Sem falar nas solteiras. Apesar de que essas, aos 30 e poucos anos, estão quase sempre desesperadas.

Mas, categorizações à parte, o post de hoje é sobre as casadas e desesperadas.

Belmonte do Flamengo, terça-feira (que poderia ser numa quinta, um dia quase sempre lotado de desesperadas e desesperados das mais diversas categorias). Quatro amigas, das categorias 1, 2 e 3, “molham a palavra” na mesa do bar, desfiando algumas teorias entre um chopp e outro, regado com pastel de camarão com catupiry.

- Mas, vem cá, será que não existem mais casais felizes?
- Não sei, não. Pelo menos a galera da nossa idade, tá tudo, de certa forma, numa certa crise.
- Eu acho que a gente passou de um extremo ao outro: da absoluta tolerância, que significava fechar os olhos para uma série de coisas, traição inclusive, à absoluta intolerância, em que a primeira aporrinhação é motivo para a mais definitiva separação.
- Mas eu confesso a vocês que a opção “traição” não sai da minha cabeça.

Legítima balzaca da categoria casadas e desesperadas, Soninha não sabe se está passando por uma daquelas crises ou se já não ama mais o marido. Filhos, contas, monotonia. A dita ou maldita rotina que faz com que a mágica e o tesão façam parte apenas das boas e velhas lembranças.

- Mas precisa partir pra traição?
- E você acha que ele nunca traiu ela?
- Ah, todo homem trai.
- Eu não concordo. Não acredito que o meu ex tenha me traído. Não boto minha mão no fogo. Mas não acho, não.
- Mas eu tô precisando sentir emoção, sabe? – revela Soninha.
- Tenho uma amiga que também tá nessa. Mas o caso dela tá realmente complicado. Não transa há quase um ano.
- É, aí fica difícil mesmo.
- E agora começou um “namoro” pela internet. Tá decidida a viajar pra encontrá-lo – ele mora em outra cidade.
- Aí já é desespero! – As três concordam dessa vez.
- Diz que só quer um fim de semana de puro sexo!
- Mas precisa ir tão longe? rs

Na mesa ao lado, dois homens acompanham o papo das balzacas, que acabam chegando à conclusão de que precisar... não precisa.

Por que não usar um advérbio de intensidade? [Lembram das aulas de português?] Vamos refrescar a memória, sejamos criativas.

Advérbio: Palavra que modifica o sentido do verbo (maioria), do adjetivo e do próprio advérbio (intensidade para essas duas classes). Denota em si mesma uma circunstância que determina sua classificação:

• Advérbio de Lugar – longe, junto, acima, ali, lá, atrás... [Nossa... quantas posições!].

• Advérbio de Tempo – breve, cedo, já, agora, outrora, imediatamente... [Ansiedade. Quero agora! Você não entende?].

• Advérbio de Intensidade – muito, pouco, bastante, mais, meio, quão, demais, tão... [O brilho que falta, o tempero que – às vezes – pode e deve ser resgatado].

• Advérbio de Modo – bem, mal, melhor, pior, devagar... [Alterna entre a esperança e a total descrença de que tudo pode dar certo].

• Advérbio de Dúvida – quiçá, talvez, provavelmente, porventura, possivelmente... [Será que devo? Quando devemos dar um ponto final? Devemos?].

• Advérbio de Negação – não, qual nada, tampouco, absolutamente... [Não sei o que quero.]

• Advérbio de Afirmação – sim, certamente, deveras, com efeito, realmente, efetivamente... [Só sei o que não quero].

Soninha ainda não se decidiu. Continua driblando aquele cara MA-RA-VI-LHO-SO que a faz sentir aquela emoção no fundo do peito, aquela formiguinha no estômago, a crença que, com esse sim, tudo seria diferente...

Mas, para essa escolha, definitivamente não existe regra, conselho, mandinga. Como toda escolha, perde-se para ganhar, ganha-se para perder. Parafraseando nosso ministro da cultura: Sabe gente, é tanta coisa pra gente saber/ o que cantar, como andar aonde ir, / o que dizer, o que calar, a quem querer.


N.B.: A quem interessar possa, depois de um longo período (passou bem rápido, pra falar a verdade), estamos de volta. Não fomos pra Buenos Aires, nem pra Tiradentes, nem pra hotel-fazenda nenhum, mas curtimos um bocado os dias (com as crianças) e as noites (sem elas) no Rio de Janeiro. Mas agora as férias acabaram, o Pan acabou, e a gente promete voltar à ativa, com atualizações mais freqüentes.

A boa das noites? Essa a gente conta na próxima.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Férias, pra que te quero?

Fim de semana não. Ou, sim, dependendo do ponto de vista. Aqueles entre os 15 dias – que apenas algumas têm o privilégio de desfrutar – em que as crianças não estão com os pais...

O celular toca.

- E aí? Sobreviveu à festa junina das crianças?
- Cheguei agora. Tô morta! Mas tirando o fim de noite, o show foi ótimo, né?
- Depois do Roger Waters, acho que esse foi o segundo melhor show do ano. Confesso que fui com o maior preconceito em relação à Zélia. Mas ela fica em 2º plano!
- Mas agora é sério. A história de Buenos Aires não era papo de bêbada, não. Um final de semana...
- Menino, pára de chutar a bola no cachorro!
- Sem as crianças!
- Se entrar grana até lá... Mas, sei não. Tô achando muito viagem.
- Vai ser A viagem! A gente divide em 36 vezes!
- Mas Minas também é uma... Tiradentes.
- Já vou!!!- Vai aonde, mulher?
- Meu adorável filho![ O que é que você tá fazendo, mamãe? ] Se escuta do outro lado da linha. Adivinha?!? [Cocô?] Ai, o que a gente não faz pra conseguir falar ao telefone?!?
- Vai lá dar atenção a ele. Depois a gente se fala. [Deixa a cachorra menino...] Beijo, tchau.

Mais tarde:

- Alô...
- Oi. Agora as crianças tão mais quietas.
- Heim? Ah, oi...
- Tava dormindo?
- Não... É... tô vendo filme.
- Tô aqui na casa de uma amiga minha, separada (óbvio!), e ela falou que vai pra Flip esse fim de semana, pensei em você.
- É, Paraty pode fazer parte do nosso roteiro de viagem.
- Mas você já vai sair de férias agora?
- Não sei ainda.
- Mas, precisamos decidir logo. Olha, vou fazer uma planilha com as opções de datas, custos, vantagens e desvantagens e... Você tá me ouvindo? Férias!!!
- Ah, é... Desculpe.
Que filme você tá vendo, mesmo?
- Nárnia.
- Ah, tá, boa noite. Depois a gente se fala. Beijo.

Dia seguinte:

- Oi. Você me ligou ontem, né?
- Liguei. Você tava dormindo, pelo visto.
- Olha, nada melhor pra botar o sono em dia depois de uma semaninha cão do que um filme infantil ou desenho animado não tão animado assim... Mas lembro de você ter falado algo sobre a Flip no próximo fim de semana em Paraty.
- Podemos dividir a gasolina com essa minha amiga. Peraí! [Desce daí, menino!] Você não sabe o que ele fez agora.
- O quê?
- Escalou a porta, se pendurou na barra e ficou fazendo flexão. Parece um macaco!
- Normal, também tenho um homem-aranha em casa. Mas preciso ver se as crianças vão ficar com o pai. Pedi a ele nem que seja o domingo, pra ir bater perna em Santa.
- Ih, mas o Santa Teresa de Portas Abertas não era só nesse fim de semana?
- Que nada! Tem no outro também. Primeira vez que eles fazem dois finais de semana. Ih, peraí. [Que é que foi?!? Eu falei que você ia se machucar! Deixa eu pegar um gelo...]

Alguns minutos depois.

- Oi, que houve?
- Bateu a cabeça na parede. Jogando bola na porta...
- Hahaha... Machucou?
- Nada, já passou. Mas agora tenho que ligar para saber que horas a aborrescente vai voltar pra casa. Tá fora desde ontem, não estudou nada e ainda deixou o quarto em estado de miséria.
- Vai lá. Depois a gente se fala.

N.B:
Abre a porta e a janela – Arte em Santa Teresa

Projetos sociais, oficinas, ateliês, espaços de cultura, gastronomia. Começou no final de semana passado a 17ª edição do Arte de Portas Abertas. O evento acontece, pela primeira vez, por dois finais de semana consecutivos de 11 às 20 horas.
Em 1995, a artista Clara Artaud e a ONG Viva Santa, criaram o Arte de Portas Abertas. Clara, que não mora mais no bairro, se inspirou em um evento similar em Cambridge, na Inglaterra.

Para promover a arte local, artistas e moradores de Santa Teresa começaram a abrir suas “portas e janelas” e receber visitantes interessados em arte e cultura. A idéia se consolidou e passou a ser organizada pelos próprios artistas com a fundação, em 2003, da Chave Mestra - Associação dos Artistas Visuais de Santa Teresa. Santa de Portas Abertas já faz parte do calendário cultural da cidade e reúne 63 ateliês de artes visuais, além de algumas oficinas gratuitas. Encontra a gente lá.

Programação completa: www.chavemestra.com.br

Festa com o “Anjo Pornográfico”

A Flip – Festa Literária Internacional de Paraty - é a irmã caçula da família de importantes festivais literários como Hay-on-Wye, Adelaide, Harbourfront de Toronto, Festival de Berlim, Edimburgo e Mantua.

A cada ano a FLIP homenageia um expoente das letras brasileiras. O poeta e compositor Vinicius de Moraes, o escritor João Guimarães Rosa, a romancista Clarice Lispector e o escritor baiano Jorge Amado foram os homenageados de 2003 a 2006. Este ano é a vez de Nelson Rodrigues, autor, dramaturgo e jornalista.

A Festa vai receber cerca de 40 autores para 21 mesas de discussões sobre as fronteiras entre os meios de expressão literários. Até o dia 8 de julho os visitantes vão poder contar, mais uma vez, com uma programação de alto nível – destaque para a presença do escritor sul-africano J.M.Coetzee, ganhador do Prêmio Nobel de 2003 e autor de Vida e época de Michael K, A vida dos animais e Desonra.

Programação completa : www.flip.org.br

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quarta-feira, 27 de junho de 2007

Ainda que eu falasse a língua dos homens

O papo a seguir se deu dia desses no MSN. A gente nem precisava explicar muita coisa, pois a conversa, por si só, já diz tudo. O diálogo entre uma balzaquiana e um consultor – bicho-homem, alguns bons anos mais novo (um típico nativo digital, desses da geração C… C de Ctrl+Alt+Del) e galinha por natureza – é categoricamente revelador. Não que a gente queira generalizar. Acreditamos (e botamos fé!) que existem outros bichos-homens por aí não necessariamente galinhas, não necessariamente…

Consultor – Quem quer namorar namora... Homem que quer namorar chega e namora... Se ele tá assim é porque quer que você sinta que, a qualquer momento, pode rolar namoro, e pare de “dar” pros outros. Para que ele possa “terminar” de comer as mulheres pendentes desde a época do namoro anterior e depois, taaaaalvez, namorar sério contigo, sabendo que você “se guardou”.

Balzaquiana – O lance é que eu detesto ficar assim.

Consultor – Tu gosta dele?
Balzaca – Aposto ou caio fora? Tô gostando, sim.

Consultor – Quer namorar???
Balzaca – Queria..

C. – Então leva na boa. Não force compromisso, espere ele acabar de comer quem ele tá querendo comer… e vive a tua vida de peguete em peguete, tendo ele com o majoritário, ou seja, os outros só se ele não quiser nada no dia. E se um dia ele te pedir em namoro (que confesso achar difícil), você decide. Mas tem que ter cabeça para dividir.
B. – Que merda. Prefiro cair fora... Esse mundo não me pertence.
C. – Se você sumir, sinto lhe dizer, ele vai reclamar uma semana e depois “cagar”. Se você realmente quer namorar, tem que esperar ele enjoar das outras. Nesse meio tempo, viva sua vida, porque isso pode durar uma semana... Ou um ano...

B. – E por que você acha difícil ele querer namorar?
C. – Porque esse perfil eu conheço. Fiz muuuito.
B. – Sério?
C. – Tenho conhecimento de causa, sério.

B. – Sacanagem, pois prende a pessoa.
C. – Essa é a grande diferença entre as mulheres de 30 e as meninas de 20. As meninas hoje em dia sabem levar melhor a putaria.
B. – É, capaz...
C. – Mulher aprende com teus erros do passado!!! Use um escudo de aço. Não baixe a guarda nem pra sua sombra. Não comece a ficar com ninguém com esperanças. Apenas fique... Apenas trepe... Apenas ame... Apenas viva o momento... Te garanto que é mais fácil, depois, apenas esquecer. Se você espera pouco, a decepção não existe.
B. – Eu sei, mas às vezes não consigo. Gosto da idéia de viver um grande amor.
C. – Vocês NUNCA conseguem. Até porque amores de verdade não se constroem com o tempo. Quando acontecem... Acontecem. Você não aprende a amar ninguém. Isso se chama “acostumar-se com a rotina”. Ou se ama... Ou não.

B. – Mas aquele friozinho na barriga... Não racional...
C. – Pára com isso. Isso é amor de Hollywood.
B. – Hahaha. Eu sou hollywoodiana.

C. – Quer saber se ele gosta de você ou não? De verdade?
B. – Ih… lá vem você com suas teorias. Fala, vai...
C. – Não dá pra ele no final de semana. Fala que tá enjoada com o vinho e a comida... Se ele reclamar, aí não tem jeito mesmo. Mas se ele falar que tá tranks, que te entende, que não tem problema... Aí, você mesmo assim não dá pra ele, porque pode ser historinha. Mas pra compensar, SE ELE DORMIR BEM COM VOCÊ, acorde-o com o melhor boquete da vida dele...

B. – Mas nem sei se vamos sair neste final de semana...
C. – Não dá sob hipótese alguma. Assim você vai saber se ele tá querendo só te comer.

B. – Vai ser difícil, mas vou tentar.
C. – Difícil porque se você fizer charminho e acabar dando, aí ele vai se sentir o fodão, o irresistível... Se for pra dar, é melhor dar normalmente. Agora, se começou no charminho, sustenta a onda.

B. – Ok. Mas não devo ligar pra ele, né?
C. – Jamais. Aprende isso: mulher NUNCA corre atrás.
B. – Por que hein?
C. – Por que sim.
B. – Que merda esses joguinhos...

C. – Aí que tá. Não é joguinho. É princípio. Homem tem que se comportar como tal, correr atrás... Se mulher corre atrás, fica fácil demais. Homem gosta de desafios.

Decifra-me ou devoro-te

Não querendo generalizar, mas já generalizando, Bia e Sophia entregam as dicas do nosso consultor sentimental (por ora) preferido. [Por ora, até que eles digam o contrário. Meninos fiquem à vontade para postar!].

C. – Se for pra dar, dá logo. Do contrário, se valorizar e dar, aí fudeu, ele vai se achar...
B. – OK, não vou dar. Assim ele pensa que tenho outro.
C. – Pensa não. Só não vai entender nada e pensar se está agindo certo.
B. – Acho que ele não está muito certo disso, pois vive falando que não está me usando e que é frio, não sabe expressar sentimentos.
C. – Desculpa. Já usei muitas... O que você quer saber de papinho? Entrego logo o jogo.
B. – Diz aí. Preciso desses “acordas” de vez em quando...

Papos do tipo “cafa”:

“Sou frio, não sei expressar meus sentimentos.”
Na verdade significa: Não tenho nenhum sentimento especial.

“Não gosto desses casais que ficam se pegando em público, se agarrando, acho vulgar.”
= Você é feia, não quero pagar mico pra geral.

“Não tem problema você sair sexta à noite sozinha.”
= Desculpa para o homem poder sair também quando quiser.

“Não vamos lá porque não gosto das suas amigas.” = Não quero que você se empolgue e ache que eu vou viver uma vida compartilhada...

“Poxa, pensei em ir pra um lugar onde ficaríamos só nós dois, quietos, sem ninguém pra perturbar.”
= Quero te agradar o suficiente pra tentar comer você de todas as maneiras que vc não deixa.

“Mulher? Que mulher? Nem tinha visto, agora que você falou é que eu fui reparar.”
= Já vi há muito tempo e até peguei o telefone.

“Minha ex era louca, psicopata, fujo dela como o diabo da cruz.”
= Morro de tesão nela e não vou conseguir disfarçar isso se a encontrarmos e\ou Ela é muito mais gata e gostosa que você e quero poupar o constrangimento.

“Eu devia ter conversado mesmo com você, mas tava confuso... Eu vou te ligar. Que dia é melhor pra vc?"= Eu arranjei coisa melhor pra fazer no dia e me esqueci completamente, até o presente momento, do assunto. Mas como não quero perder a chance de te comer futuramente, vou te ligar... “Que dia é melhor pra você?” (essa é clássica) = Que dia você pode me dar sem ninguém enchendo o saco?

B. –
Impressionante, pois todos eles já falaram isso pra mim ou pras minhas amigas algum dia.
C. – Essas são as clássicas. Mas têm outras que são mais de momento, de situação...
B. – Quais?
C. – Mais, só cobrando...
B. – Quanto?
C. – Você sabe...
B. – Ah é?! Você não tem jeito mesmo... Quando?
C. – Anytime.

D.B.: A trilha sonora de hoje bem que podia ser “Ainda vou transar com você” (Eu sei que eu não faço nada / Mas eu gosto, gosto muito de você / Eu sei que eu não vou à escola / Mas eu gosto, gosto muito de você / Você não acredita em nada dessa história / de eu tocar com você / Alimente essa que eu ainda / Vou transar com você). Ou, talvez, “Desculpe, babe”(Desculpe,babe / Não vou brincar com você / Desculpe, babe / Não vou mais ser joão-ninguém / Eu vou correndo / Buscar a glória, minha glória).

Se você anda meio desligado, é muito louco, mas é feliz, ou acha que ainda não mudou o bastante para entender esses tais novos tempos, a boa desse fim de semana é voltar ao tempo da psicodelia, quando muita gente acha que era feliz e não sabia. [A gente nem tinha nascido!] Os Mutantes se apresentam na lona do Circo Voador, nas próximas sexta e sábado, dias 29 e 30 de junho.

Da formação original, o grupo traz os irmãos Sérgio Dias e Arnaldo Baptista,e o baterista Dinho Leme. No lugar que um dia foi ocupado por Rita Lee está agora Zélia Duncan, fã da banda desde a adolescência. Além de Zélia, o grupo conta com os músicos Simone Soul (percussão), Henrique Peters (teclados,flauta doce e vocal), Vinícius Junqueira (baixo), Vitor Trida (teclados,flauta, viola, cello e vocal), Fábio Reco (vocais e percussão) e Esmérya Bulgari (vocais e percussão).

Completando ainda mais a noite, o grupo Upload vai ocupar a Galeria de Artes do Circo Voador com suas intervenções live act e projeções. A pista fica por com do Dj MaM e seu Brazilian Lounge e do Dj Lencinho, que promete um set tropicália-woodstock.

Preços: R$ 25 Est. | R$ 50 Int.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Feliz Dia da Gente

11 de junho, Dia do Amante. 12 de junho, Dia dos Namorados. 13 de junho, Dia de Santo Antônio.

- A gente devia estar mais romântica...
- É. Devia.

Sophia estava um tanto reticente em esperar alguma coisa do 12 de junho.

- Não tem jeito. Ele não se entrega. Parece que eu tô em uma banca julgadora me apresentando, em capítulos. “A gente tá se conhecendo...”, ele diz.
- Pensa bem... Levando em conta o pouco que a gente sabe, esse comportamento é mais do que natural.
- Eu sei. É totalmente natural. O fato é que estamos em tempos e ritmos diferentes, sentimos de forma diferente. Eu não quero rótulos, contratos. Eu só queria senti-lo mais próximo, sem tantas defesas...
- Um amor hollywoodiano.
- Tá, Bia. Eu sei que isso não existe. Pra você, que tá há quase 2 anos nessa de não se envolver, é mais fácil de entender...
- 1 ano e meio.
- ... E, mesmo assim, tá melhor que eu. Pelo menos você não vai deixar de comemorar o Dia dos Namorados, só porque não quer “formalizar um contrato”.

Bia volta pra casa pensando em quantos casais, amantes, rolos, cases, “sei lá entende?” não vão estar juntos nessa data – que, a bem da verdade, os shoppings, motéis, floriculturas e restaurantes inventaram pra promover o amor e esquentar as vendas – só por um “instinto de preservação destrutiva”, como a amiga Sophia definiu os que não querem, de modo algum, se deixar envolver.

Tá certo que Sophia já se separou há muito mais tempo. Já viveu, amou de novo, sofreu, apenas deu. Mas não perdeu a voluptuosidade dos que se entregam à paixão.

Bia até já se apaixonou. Algumas vezes quase surtou. Mas se preservou intensamente. E mesmo quando quis, não deu, nem para si própria, o braço a torcer a um envolvimento um pouco mais sério. “Eu tenho dois filhos. Tô num momento complicado.” E além do mais, ele é... (a) casado, (b) recém-separado, (c) mora em outra cidade, (d) muito mais novo, (e) tem uma vida completamente diferente da minha, (f) alguma outra alternativa além das acima.

Mas qual o caminho certo, afinal?! Arrumar sempre uma desculpa pra se manter a uma distância razoavelmente segura de algum relacionamento mais fixo, estável... Ou não ter senso algum de auto-preservação, mergulhando sem fronteiras naquilo que chamamos de sentimento?

A gente fecha com Clarice Lispector: “Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento”.

N.B: Pra vocês que ficaram sozinhas nessa noite de lua minguante, aí vai um consolo: No dia 12 de junho, a Lua está fora de curso a partir das 20h18min até as 9h24min do dia 13. A Lua é o planeta mais rápido do zodíaco e, por isso, quando deixa um signo não fazendo aspecto algum com outro planeta, diz-se que ela está Fora de Curso.
Este “vácuo”, onde a Lua fica até entrar no signo seguinte, é um período estéril, quando iniciar atividades, projetos, assinar contratos, fechar negócios ou acordos, não dão resultados.

- Sophia... acho que vou deixar o encontro pra amanhã.
- Faz bem Bia, faz bem.
- Feliz Dia dos Namorados, dos Rolos, dos Sei-lá-entendes. Feliz Dia da Gente!

terça-feira, 29 de maio de 2007

O Filme

Essa é a primeira história que Bia e Sophia recebem de uma outra balzaquiana... Sinal de que existem muitas “Bias” e “Sophias” por aí que, não só se identificam com a gente, como vivem essa vida louca vida.

Tudo bem que quando a gente recebeu esse e-mail surgiu até uma pontinha de inveja (inveja boa, tá?!). Pois, se acontece tanta coisa com a gente, como isso ainda (vejam bem, ainda...) não aconteceu? Mas uma coisa é certa: todo mundo um dia viveu uma loucura de folhetim.

E vamos aos protagonistas da nossa história. Até porque a solidão nunca vem sozinha. Essa dança sempre tem um par... Ou quem sabe um trio?

Thelma, 38. Sempre teve alguém que cuidasse “bem” dela. Dos pais superprotetores passou às mãos do marido mais velho, daqueles que proporcionam uma segurança irreal e um amor silencioso. Mas, como diriam os personagens daquele comercial: Tudo beeem... Aos trancos e barrancos se separou – essa é uma outra história –, e a meta mais urgente da sua vida passou a ser a chance de encontrar alguém que pudesse provocar uma emoção e acabar com aquele vazio. A tal da solidão.

Louise. 39. Típica mulher independente. Racional. Sabe como é, né? A gente nunca é isso tudo, mas vale a teoria de que somos quem parecemos ser. Amiga fiel de Thelma, as duas trocam confidências, mesmo que à distância.

J.D... (ih... deixa a idade pra lá, mesmo porque a cronologia não corresponde à idade mental) Definido por Thelma como um “cara interessante”, morava e trabalhava na zona sul do Rio, era separado e de início não quis revelar seu nome.

Thelma se habituou a preencher o vazio entrando diariamente em salas de bate-papo. E se ao vivo já é difícil achar alguém que preste, o termômetro para Thelma (de boa educação e bons precedentes – aquela historinha das nossas mães, “coisa que se aprende no berço”) era a boa e velha língua portuguesa. Sim, até porque é difícil conseguir encontrar alguém capaz de escrever uma frase sem os erros gramaticais que esgotam qualquer fantasia.

Em uma noite comum, a solidão passa a ser um encontro. Dois solitários teclando para resgatar um suposto romantismo. O papo estava ficando, digamos, quente, e assim como acontece no mundo real, resolveram procurar um local mais íntimo. No caso, o MSN.

J.D. se achava... Apesar de não revelar seu nome, as coincidências (a gente sempre acha um pretexto para que elas existam) estavam cada vez maiores. Thelma não sabia muito bem se era carência, mas o fato é que se encantou. Aliás, naquela época, se encantar não era o mais difícil de acontecer. Gostos, locais, profissões em comum: produtor de cinema. Thelma pensou: Ih, eu devo conhecer esse cara! Afinal, recém-separada de um cineasta, lembrou daquela teoria que diz que para se chegar ao Papa bastam seis pessoas.

Assim que ele se apresentou, ela imediatamente lembrou de Louise, que há 20 anos tinha vivido um grande amor com um produtor de cinema. (Se amigas dividem amarguras, felicidades, vitórias e derrotas, por que não o mesmo protagonista de uma possível história de amor?)

- Louise, tô apaixonada.
- Sei. Igual a semana passada. Quem é a “bola da vez”?
- Pode parecer estranho, mas fui conhecendo o cara e ele me lembrou um ex-namorado seu. Como era mesmo o nome daquele produtor de cinema que você namorou?
- Noooosssa, que história antiga. Ué, o J.D.
- J.D?! Ai meu Deus. Tá sentada?

Era ele mesmo. Thelma custou a acreditar. Ela tinha encontrado numa sala de bate-papo, entre mais de mil pessoas, o grande amor da vida de uma de suas melhores amigas.

E a sintonia, coincidência, ebó (sei lá qual o nome), continuava. Toda vez que Thelma teclava com J.D., sem saber Louise ligava pra amiga. Juntas, resolveram assumir uma única personalidade. E como vingança é um prato que se come frio, Louise viu nessa conjunção astral a oportunidade de mostrar para J.D. que o mundo dá voltas. Ô... Se dá. Simultaneamente, Louise dava “dicas” de como e o quê dizer ao J.D. Particularidades estranhas, que iam deixando o rapaz assustado. A brincadeira foi ficando séria... e Thelma envolvida. Numa sinuca de bico. Começando uma história no meio de outra.

E do virtual ao real, sexta-feira Thelma sai do trabalho para comer uma pizza com J.D. Primeiro encontro olho no olho. Ela sabia que não conseguiria mentir a respeito da amiga. Afinal, ter uma pessoa em comum e tão próxima era, no mínimo, surpreendente.

Muitas coisas tinham acontecido desde que ele e Louise romperam. É claro, 20 anos não são 20 dias. Mas, tudo beeem... Ele nem era mais tão bonito assim, nem tão interessante, e, entre os fatos que contou, o que mais chamou a atenção foi um assalto em que ele, baleado, perdeu alguns movimentos do braço. (Nossa como é que deve ser, heim? Assim, naquela hora H! Pensava Thelma. A Louise precisa saber disso!)

No meio da conversa, o celular dele começou a tocar insistentemente. Eram ligações de trabalho e o clima ficou tenso – ele precisava ir até a produtora pegar uns documentos. Thelma prontamente se ofereceu para fazer companhia. Mas nada aconteceu. Nem o clima daquele ambiente vazio, à noite, no meio de fitas e equipamentos deixou o rapaz relaxado. Pena, pensou Thelma. Ia ser no mínimo criativo (rs).

E a sintonia continuava. O interessante é que Thelma ligava o computador para falar com a amiga e logo depois J.D. se conectava. Impressionante. Louise, que já estava de mal a pior no casamento, começou a viver aquela situação na maior euforia. A vida ficou mais excitante e ela dava corda para que Thelma nunca revelasse que, na verdade, ele estava “saindo” com duas mulheres ao mesmo tempo. Afinal, era Louise quem dava as dicas para que Thelma o seduzisse.

Na verdade, Thelma compreendeu que Louise queria mais era viver uma grande emoção. E já que não dava para ser com ela, que fosse com a amiga. Além disso, a curiosidade para saber se ele ainda tinha os mesmos conflitos de 20 anos atrás era grande.

E assim a vida seguia. A sabedoria das balzaquianas sinalizava que o provérbio “devagar e sempre” era a melhor estratégia. Nada precipitado – bem que poderia ser, pois essa de mão na mão, conversa vai, conversa vem, já estava ficando bem monótona. Até que um dia, J.D. e Thelma trocaram um beijo. Não, péra aí, um selinho. Mas, tudo beeem... Já era alguma coisa.

Lá pela terceira ou quarta saída, eles foram a um café. E embora a razão dizesse “não se envolva”, Thelma, mesmo sem querer, já estava envolvida. E como toda apaixonada fica meio pateta, não conseguiu guardar o segredo que mantinha desde o primeiro “tá tclndo d onde?”. Assim como quem não quer nada, falou que eles tinham (bingo!) uma amiga em comum.

J.D. perguntou o nome. Thelma respirou fundo e respondeu. A fisionomia dele se modificou. Foi um susto e um desabafo. Gostei muito dessa mulher, ele disse.

Desde esse momento, tudo mudou. O clima já não era mais o mesmo. De possível amante, lá estava Thelma como a mais nova confidente de J.D. Ele contou situações que viveu, se justificou, procurou culpados (mania da gente achar que sempre há de existir um vilão na trama) e revelou como era complicada essa lembrança.

Mas essa era a pimenta que faltava. Pela primeira vez, J.D. substituiu o “selinho” por um beijo de verdade, desses de cinema, ambiente bem natural para ele. Pronto: a sonhadora e carente Thelma já achou que estava NA-MO-RAN-DO. E com o homem que foi o homem da vida da amiga do peito. Ai, que confusão. Quem estava traindo quem? Mais uma prova de que tudo depende de um ponto de vista.

Dali partiram para a casa de Thelma, que começou a ficar preocupada com a súbita mudança de atitude. Esse homem é esquisito, pensou. O comportamento dele a chocou: J.D. entrou e foi direto procurando o quarto e a cama. E se jogou literalmente (caiu por terra a teoria de que, no mundo virtual, quem escreve bem tem bons precedentes...). Thelma ficou pasma. Mas... Tudo beeem! O desejo era maior.

Nada mais de mão na mão. Beijos ardentes trocados e pronto... Hora de colocar a camisinha. Detalhe: Thelma não tinha a menor prática em usar camisinha. Nunca usava o preservativo com o marido e, nas outras relações que teve, quem vestia o “bicho” era o parceiro. Só que ele tinha problemas físicos no braço, lembram? E aí começou o drama de Thelma. Quem manda não fazer um cursinho básico de colocar camisinha? Taí: não tem curso preparatório de vestibular? Devia ter um curso: “Bem-vinda ao mundo das solteiras. Saiba como e quando fazer”...

E aí, já viu né?

Claquete. Cena 1, gravando.

Ele pede para colocar a camisinha.
Ela fica nervosa.
Ele respira para manter a concentração.
Ela não acerta.
Ele obviamente... falha.
Ela fica arrasada.
Ele arrasa ela.
Corta!


Claquete. Cena 2. gravando.Ação!
Inércia.
Thelma e J.D. ficam deitados na cama um tempo, conversam meia dúzia de “sei lá, entende?” e depois ele vai embora.
J.D. some.
Thelma liga.
Ele não atende mais... Nunca mais.
Corta!


Thelma não tinha percebido que J.D. estava, na verdade, revivendo um grande amor através dos lábios dela. A emoção, o calor daqueles beijos... se foram. J.D. sumiu. Ela não teve dúvida: ele ficou mexido por causa da Louise.

Mas, devagar com o andor... E, se (vivemos fazendo essa pergunta, Sophia que o diga, Bia que não nos escute...) ele sumiu porque se frustrou por estar com uma mulher madura mas sem qualquer prática?

Moral da história: a gente nunca vai saber. Mas, conselho prático: aprenda a colocar uma camisinha... Pelo menos o sexo vai ser garantido.


D.B: Nem sempre sair é a melhor pedida. Nesses dias frios, nada melhor que um endredon, um vinho e uma boa companhia. Se você não tiver nenhum dos três, não faz mal. Curte um filme sozinha mesmo!!! Bia e Sophia indicam Thelma e Louise. A história de duas amigas, Thelma (Geena Davis) e Louise (Susan Sarandon), que saem para pescar num tranqüilo fim de semana. Tudo era para ser bucólico, mas as amigas acabam fugitivas da lei depois que uma delas mata um homem durante uma tentativa de estupro. Começam as complicações. As duas tentam escapar do FBI e dão carona ao bonitão J.D. (Brad Pitt). O cara é malandro, ex-presidiário e vai seduzir e depois roubar a medrosa dona de casa Thelma. Um sucesso que foi indicado para vários Oscars, como atriz (Geena Davis e Susan Sarandon), diretor (Ridley Scott) e levou o de melhor roteiro.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Batuque na cozinha

Mães e filhas. Três gerações diferentes, reunidas sob o signo da aparente discórdia. Quatro mulheres. Quatro vidas. Quatro direções.

Aos 13, a filha questiona a forma como a mãe de 36 vem levando a nova vida.

- Vocês não se comportam como mães! Parecem duas adolescentes!

A outra adolescente em questão aos 34 é amiga, criticada pela mãe de 62, que não poupa espinhos e farrapos à filha que tenta reconstruir a vida depois de sofrer por um grande amor. Sem falar no casamento falido... embora esse já faça parte de um passado longínquo, que, além de marcas, deixou dois lindos filhos que a avó ajuda a cuidar – sem, no entanto, abrir mão de espalhar aos quatro ventos todo o esforço e abdicação que ela, vó zelosa, dedica aos meninos “largados” pela mãe.

Mas, ah, o amor... Entre cobranças e culpas, era o assunto que faltava para que as aparentes discordâncias revelassem, naquela cozinha, ao redor da mesa, uma sintonia dissonante de desejos, esperanças e ilusões.

A menina de 13 se surpreende ao descobrir que a mulher de 62, como ela, também se apaixonou um dia por um professor – com uma diferença de mais de 50 anos, já que a paixão se revelou na faculdade que ela há poucos anos decidiu fazer, como mais um dos artifícios para se recompor de um casamento falido, traído e amargurado.

A de 34 não entende por que para a mãe é tão difícil entender a paixão que ela, a filha, agora nutre por – também! – um professor. Alguém com quem ela está aprendendo a segurar a onda, a não definir muito as coisas, e esperar enquanto ele reconstrói a própria vida.

E enquanto isso, a de 36 tenta, de todas as formas, mostrar à filha de 13 que ela, mãe, também está livre para viver um grande paixão. Embora tenha a certeza de que ela, a filha, só vá compreender isso alguns anos mais tarde, quando puder olhar para a mãe da mesma forma que somente hoje a de 34 enxerga a mãe de 62. Simplesmente como uma mulher. Que sonhou e ainda merece amar e viver – como outra qualquer do planeta.

Desculpem nossos leitores por não estarmos no melhor dos ritmos. Vai ver que é o tempo nublado. Ou, quem sabe, o inferno astral da Bia?

Seja o que for, vai passar.


D.B.: Batuque na Fundição

Perc Pan 2007 – 14º Panorama Percussivo Mundial

Grandes percussionistas mundiais se reúnem na cozinha da Fundição Progresso, nessa quarta, 23 de maio: Giovanni Hidalgo, de Porto Rico; Sikiru Adepoju, da Nigéria; Hands On’Semble, dos EUA, The Dhol Foundation, Reino Unido/Índia; Mino Cinelu, da França; e os brasileiros Robertinho Silva, Marcos Suzano e Fernando Moura. Ingressos a R$ 30,00 e 15,00 (meia).
Além do show, os artistas ainda comandam uma série de oficinas, a partir do dia 22 de maio.
www.percpan.com.br

quarta-feira, 9 de maio de 2007

À amiga Stella, com amor...

Domingo de sol, Bia, Sophia e a amiga Laís se encontram pra um papo no melhor estilo solteiro-no-Rio-de-Janeiro: regado a praia, cerveja e... futebol.

Lembram da última dica? Pois é, a gente tinha que fazer juz ao post e encarar a decisão. (Mengoooo!!! E que nos desculpem os antiflamenguistas.) Optamos pelo Mud Bug, onde, além de ser mais perto da praia, a gente sempre encontra a Stellinha.

Fiel companheira de Bia e Sophia nos momentos mais divertidos e naqueles nem tanto, chamar a Stella é sinal verde pra reunir os amigos e falar sem compromisso da vida: dos fatos engraçados e de outros, nem tanto. Como a culpa, por exemplo, de estarem leves, livres e soltas sem os filhos a tiracolo pra gritar a toda hora: – Manhêêê!

Claro que é sempre maravilhoso estar em companhia dos filhos – afinal, pra quem trabalha tanto, esses momentos são sempre um prazer. Mas por que não aproveitar sem culpa esses raros momentos também, em que eles, os pais, decidem compartilhar da alegria de estar com as crianças? (Aliás, só da alegria mesmo, porque as cobranças em relação a estudos, as chateações com médicos e afins, essas ficam quase sempre a cargo das mães – pelo menos é o caso da Bia, da Sophia e da Laís também).

E surpreendentemente foi a Laís quem comentou que precisou de algum tempo – e de algumas dicas destas blogueiras que vos falam, quem diria? – para perceber que é possível, sim, ser solteira sem culpa, sem deixar nada a desejar nas inúmeras coisas que tem para fazer, incluindo a educação dos filhos. Ela, que saiu da casa de pais extremamente rígidos para a casa do agora ex-marido (mais precisamente há 6 meses) e sempre alimentou um bocado de culpas, agora experimentando a vida take it easy. Curtindo toda a liberdade e a maturidade dos 30. (E se alguém aqui achou que a gente tá querendo ser garotinha, está redondamente enganado: “Como é bom ter 30!”, já disse nossa amiga Cláudia outro dia.)

Um brinde a Balzac!


N.B.: E que tal brindar à solteirice, ao rolo, ao case, ao casório, ao “sei lá entende?” de um jeito assim totalmente Take it Easy? E, o melhor, totalmente free?

Se liga na promoção. Envie um e-mail pra biaesophia@gmail.com respondendo: “O que é levar uma vida take it easy?”. As 5 melhores respostas concorrem a 1 ingresso com direito a 1 acompanhante pra festa Take it Easy do dia 20 de maio.


Bia e Sophia já foram e indicam:

A Take It Easy rola todo domingo, no recém-reformado e supercharmoso Clandestino Bar, anexo ao hostel Stone Of a Beach, em Copacabana. Além de bebidinhas sensacionais e um festival de cervejas de tudo que é canto do mundo – inclusive a nossa amiga belga Stella Artois, ou Stellinha pros íntimos – o pub tem até 2 narguilês liberados pra degustação. E o lounge começa cedinho, às 19h, com um sonzinho tranqüilo (lounge :: chill out :: nü soul :: dub :: trip hop :: brazilian beats), comandado pelos DJs Fábio Maia, Joca San e convidados. Ótima dica pra fechar o fim de semana.


Clandestino Bar
R. Barata Ribeiro, 111 – Copacabana
Tel.: 3209-0348
R$ 7
R$ 5 (lista amiga ou c/ flyer)

sexta-feira, 4 de maio de 2007

A regra é clara

Qual é a hora de se envolver ou de tirar o time de campo? Uma regra silenciosa que, segundo nossos consultores de plantão, você vai sentindo... Ah, não quer namorar? Sai com menos freqüência. Seu lance é diversão? Curte o momento.

E foi em um desses papos regados a alguns chopes que as duas amigas, tentando entender essas relações modernas, chegaram a uma conclusão.

- Ih Sophia, pára... Você tá muito ansiosa. Deixa rolar.
- Bia, tô confusa. Esse mundo é da geração Ctrl+ Alt +Del.
- É tudo muito diferente, né?
- Ia ser mais fácil de entender se as regras fossem claras.
- Como no futebol! Imagina...

Dia de decisão. Os dois times entram em campo com vontade de vencer. Treinaram duro, ensaiaram todos os lances. Mas na hora do jogo, não tem bola dentro se as regras não estiverem muito claras... Até mesmo porque esse jogo não tem juiz, nem tempo determinado pra durar.

E vamos às regras:

Jogadores

Cada time teoricamente é composto de um jogador. Teoricamente, um homem e uma mulher, que podem jogar no ataque, na defesa ou no gol.
Substituições até podem ser feitas durante o jogo – que normalmente termina antes do tempo quando o outro jogador percebe o lance. Em amistosos, no entanto, podem ser permitidas um sem-número de substituições. E o jogador substituído pode até voltar a campo em uma mesma partida.

Falta

Uma falta se dá quando um jogador comete uma das penalidades abaixo:

- Não liga no dia seguinte (ele).
- Liga no dia seguinte (ela).

- Diz que está apaixonada antes da hora (ela).
- Não diz porra nenhuma (ele).

- Troca o nome do jogador (ele/ela).

- Manda torpedo dizendo que tá com saudade (ela).
- Responde: “Vamos sair semana que vem?” (ele)

- Manda torpedo dizendo que a noite foi ótima (ela).
- Responde: “Tá com sono?” (ele).

- Manda torpedo demais (ela).
- Simplesmente não responde torpedos. (ele)

- Começa a torcer descaradamente pra um outro time (ele/ela).

Existem muitas e muitas outras ações consideradas como falta [aliás, se você tiver alguma contribuição, fique à vontade para postar], que pode ser cobrada por tiro livre direto (o jogador pode chutar a bola diretamente para o gol) ou tiro livre indireto (ele tem que tocar pro outro jogador), dependendo da natureza da infração.

Faltas mais violentas, que de acordo com a regra sejam típicas de uma conduta anti-desportiva [como, por exemplo, chegar sempre atrasado(a), dar um bolo, falar o tempo todo do(a) ex etc. etc.] , devem ser punidas com um cartão amarelo, que pode vir na forma de um gelo, de uma olhada de lado, uma cara emburrada ou um direto e reto “vem cá, não gostei” – que costuma funcionar muito mais, por sinal.

Se o jogador receber dois cartões amarelos na mesma partida, pode ou não ser expulso de campo (fica a critério da paciência do outro jogador), recebendo o cartão vermelho.


Pênalti

Tipo de falta especial, ocorre quando o jogador comete a infração dentro de uma área de risco, ameaçando a vantagem do outro jogador.

O pênalti deve ser marcado e, melhor, cobrado quando um dos jogadores, por exemplo:

- apresenta a família (sogra é caso de expulsão) ainda no primeiro tempo do jogo.

- chama pra fazer compras no shopping (ela).
- chama pra assistir futebol com os amigos (ele).

- vira pro lado e dorme.


Escanteio ou córner

Como o nome diz, acontece quando um jogador corneia o outro.


Impedimentos

Impedimento nº 1: transar sem camisinha (imprudência).

Impedimento nº 2: a camisinha estourar (sexo selvagem).

Impedimento nº 3: confiar somente na pílula do dia seguinte (brincar com o perigo).

Outros impedimentos dependem meramente de regras previamente acordadas entre os dois jogadores, como, por exemplo, ser casado, bandido, desempregado ou drogado; ter ficha na polícia ou pensão a pagar; não usar desodorante ou tomar banho quando bem entender.

É para esses e outros casos, aliás, de contusão, despreparo ou expulsão, que se deve contar sempre com um banco de reservas.

O problema é quando o titular do time resolve não jogar mais a partida.


N.B: Esse domingo tem decisão do campeonato carioca: Flamengo X Botafogo. Os dois rivais entram em campo em situação igual, após o empate em 2 a 2 no primeiro jogo. Até a essa hora, já haviam sido vendidos 61 mil ingressos para a partida no Maracanã.

Se você acha que ver futebol com os amigos não é uma falta assim tão grave, uma dica é assistir ao jogo em alguns bares que prometem torcida animada e cerveja gelada pra molhar a garganta na hora do gol.

Bia e Sophia indicam:

Mud Bug
Rua Paula Freitas, 55 – Copacabana
No cardápio, uma grande variedade de cervejas nacionais e importadas: ao todo são 55 rótulos da bebida. Para beliscar: pizzas, sanduíches e até porções como a batata frita com queijo cheddar e bacon, especialidade da casa. Além da TV, a animação antes e depois do jogo fica por conta da simpática jukebox.

O Plebeu
Rua Capitão Salomão, 50 – Botafogo
Tradicional restaurante de Botafogo, famoso pela picanha à gaúcha, pela feijoada dos fins de semana e pela tradicional Bohemia estupidamente gelada, serve também deliciosos petiscos.

sábado, 28 de abril de 2007

Segundo ato

– Vem cá, mulheres de 30 não têm defeito, não?

Claro que temos – seria a resposta à pergunta espontânea de um de nossos leitores (sim! embora eles não comentem, muitos homens não apenas têm acompanhado nossas desventuras, como colaborado ativamente com referências, dicas – como a que você lê abaixo – e consultorias especiais).

Rugas de expressão, algumas manchinhas na pele, cabelos brancos (Sophia é uma privilegiada, ainda não conhece a desgraça que acomete Bia há alguns bons anos). Um corpo que não tem mais tanto vigor, tônus ou definição. E que muitas vezes ainda conta com aquela famosa cicatriz da cesárea. E quando têm filhos é que a coisa piora um pouco mais: quadris de parideira, vazinhos aparentes nas pernas e seios que já começam a compreender o que é a tal da lei da gravidade.

Uma certa impaciência, de quem já ultrapassou a fronteira dos 20, misturada com uma certa indecisão, de quem ainda não chegou aos 40. E a certeza de que os 40 virão em breve! (Essa talvez seja a pior das certezas e incertezas que acometem tantas impacientes e indecisas balzacas que insistem em viver a vida ainda se olhando muito no espelho e pensando em “o que os outros vão pensar”.)

Mas, enfim, estamos no 2º ato. E acreditamos piamente nisso principalmente depois que Raquel Welch, linda, aos 66 anos, declarou que as mulheres da sua geração não estão na terceira idade, e sim no 3º ato. Se não, vejamos. Apresentamos os principais personagens de nossas vidas (não todos, é claro, porque não é assim que se constrói uma história, seja ela drama, comédia ou tragédia). Representamos as situações que nos marcaram e moldaram muito do nosso jeito de ser e de lidar com pessoas, sentimentos, desafios... E, o melhor da história: muitas já viveram aquele grande momento – o plot do roteiro – que vem antes do primeiro intervalo, e que normalmente muda completamente o rumo dos protagonistas – quando começa o segundo ato.

E aí, desculpe, caro leitor (que, por sinal, hoje é um personagem de peso no roteiro de nossas vidas), mas... sabe aqueles tais defeitos? Na boa? Agora, no segundo ato, eles já não têm tanta importância. O que interessa agora é acompanhar as múltiplas possibilidades de caminhos que nossas heroínas podem seguir. Quantas histórias podem ser vividas antes do desfecho final – que, aliás, só vem depois do terceiro ato!

Pode estar ficando até repetitivo. Mas, viver o momento é por aí.



E agora a dica de um outro colaborador a quem a gente já devia algum crédito, e que confessou que anda com medo de virar personagem deste blog (já é, baby):

Neste sábado, 28/04, na Galeria Toulouse (Shopping da Gávea), acontece uma leitura dramatizada da peça “As loucuras que as mulheres fazem”, de Luciana Guerra Malta. A partir das 19h, entrada franca.

As loucuras que as mulheres fazem
Débora Lamm (Celebridade, Avassaladoras) e Roberto Lobo (F. Privilegiados), fazem leitura dramatizada da peça de Luciana Guerra Malta. O texto fala sobre a crise no relacionamento de Fábio e Luiza, casal que beira os 30. Enquanto ele passa o tempo livre fumando maconha e jogando Playstation, ela mergulha nos livros e em relações extraconjugais. Até que um dia, chega em casa e diz que vai deixá-lo. A partir de então, discute-se o papel do homem na sociedade atual e a difusa sexualidade que se delineia no século XXI.

A direção é da própria autora e a entrada é franca.
A Galeria Toulouse fica no Shopping da Gávea
Rua Marquês de São Vicente, 52 – lj 350, 3° piso
Tel.: 2274-4044 / 2274-5790

domingo, 22 de abril de 2007

Se não começa, como é que termina?

Bia às vezes tem a impressão de que acaba de desembarcar de uma máquina do tempo. Publicitária, mãe de adolescente, definitivamente não é uma pessoa desatualizada. Mas depois de 12 anos casada, 14 namorando (é, naquela época ainda se namorava), tudo lhe parece muito esquisito. Sobretudo agora em que ela tá no meio do olho do furacão.

- Não, vocês não tão mais só ficando...
- Não?
- Já rolou cinema na sexta, andar de mãos dadas e sair pra jantar?
- Cinema no domingo, andar de mãos dadas, sim. Só faltou o jantar.
- Então, isso é mais do que ficar.
- É? E o que vem depois de ficar e antes do namoro?
- Rolo.
- Então é isso. Tô enrolada.

E como. O papo no msn com um “consultor”, digamos assim, sempre rendia grandes surpresas e verdades. Mas nem depois de uma explicação precisa e objetiva, de alguém que afinal tem a mesma idade daquele que vem tirando seu sono, Bia conseguia entender por que, como e quando a gente, afinal, deve se envolver nesses... tempos modernos.

Sophia ficou o dia inteiro pensando nisso. E perguntando, né? Como não podia deixar de ser:
- Mas o que você achou de ontem? Você reparou?
- Não.

Sexta à noite, na Lapa, a última coisa em que ela iria prestar atenção era no casalzinho que estava acabando de se conhecer, ainda no limite da espontaneidade e do “não, não quero me envolver” (rolo?). Ela, afinal estava vivendo o momento.

Mas ô momentozinho enrolado esse em que as pessoas (e como tem gente nesse barco) não querem se envolver, mas juram que tudo o que querem é viver uma grande paixão. Antigo, isso? Não pra quem aprendeu a mergulhar em águas profundas. Essa coisa de nadar na superfície não é para certas pessoas, mesmo aquelas que têm certeza de que este não é o momento para... se envolver.

Mas o que isso, afinal, tem a ver com viver intensamente o momento? Pra Bia, pelo menos, nada. Pra Sophia também. E pra muitas e muitas outras balzaquianas que visitam nosso blog, comentam, e dão risadas das desventuras comuns a tantas delas, temos certeza de que uma coisa não tem nada a ver com outra. Dá pra se entregar, sim, ir pra valer, morder, gritar, suar, se apaixonar. Sem necessariamente se envolver.

Bia lembra de um comentário do post anterior:

“Olha, sempre é uma delícia novas descobertas! Nos últimos meses fiquei com um 10 anos mais novo e outro com diferença de 8 anos. Não durou muito tempo no meu caso. Os dois caíram num complexo de inferioridade incrível. Não conseguiram relaxar a vida e curtir comigo. Mas acho que a culpa foi minha mesmo! Agora voltei para um cara 5 anos mais velho do que eu, e estou curtindo! Acima de tudo acho que queremos um cara com disposição e espírito jovem!”

Curtir a vida comigo. Isso não teria a ver com... viver o momento? So, take it easy, baby.


Take it easy, aliás, é o nome da festa que rola a partir de hoje todo domingo às 21h no Clandestino Bar: R. Barata Ribeiro, 111 – Copacabana – Tel.: 3209 0348 – Entrada: R$ 7 ::: Lista Amiga: R$ 5. Neste 22 de abril (descobrimento do Brasil), véspera de feriado (Salve, Jorge!), tem edição especial de reestréia (a festa, durante 2004 e 2005, se consagrou como "o lounge a céu aberto na beira da Lagoa"). Os DJs Jocasan e Fábio Maia prometem tocar lounge, chill out, downtempo, nu jazz, dub etc, e convidam VJ Tima, DJ Eraserhead (special 50´s & 60´s lounge music set), DJ João Sabiá (black & brazilian music special set) e DJs Mimi & Sol (dub & balkan beats).

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Meninos do Rio

Mães de meninos, Bia e Sophia percebem que eles (os seus meninos) já nasceram tal qual os homens... Exemplo típico foi o de hoje.

6h da manhã. Todos os dias, Sophia acorda nesse mesmo horário, já prevendo que não pode ficar nem mais um segundinho na cama. Parece até toque de exército: acorda, levanta, prepara o café (ao mesmo tempo em que acorda as crianças com a ajuda da sua fiel cadela vira-latas), veste um, grita com o outro, tudo em cronometrados 30 minutos... Relembra como era relaxante – antes das crianças nascerem – ficar “fritando” de um lado pro outro na cama, pensando na roupa que ia vestir.

Mas, decididamente, resolve quebrar a rotina e olha pro lado – um dos únicos dois homens que acordam com ela todos os dias – tão lindinhos... E diz:

- Oi filhote! Bom dia! Sabia que a mamã te ama? (Ele, como todo projeto de homem, olha bem nos olhos da mamãe e diz..)
- “Babia. Eu tumbém”. (Empurrando com a mãozinha o corpo desta mulher que vos fala!) E completa: “Tá... Mas, cadê o meu mamá?!” (É, por mais que a gente eduque, é a genética que fala mais alto!)

Pensando nisso, Sophia analisa os fatos. Enquanto ela e Bia tentam viver uma pós-adolescência tardia, só se envolvem com meninos (não, não são os que elas geraram... são outros, os meninos do rio). E não são só elas não! Atenção homens de 40, vocês estão perdendo o seu legado. Só as duas têm (vejamos) mais sete amigas em comum (nós dissemos sete!) apaixonadas por esses meninos, que geralmente têm 8, 9, quando não 12 anos a menos que as balzaquianas.

Em uma breve “conversinha de mulherzinha” vejam só os benefícios deste elixir da juventude:

- Eles topam tudo... Têm a leveza da juventude e a promessa da maturidade.
- Riem de você, com você e para você.
- Trocam bilhetinhos (sim, são românticos estes garotos...).
- Abrem a porta do carro e te tratam como princesas...diríamos, rainhas.
- Têm o vigor e a vitalidade típica da idade.
- E, acima de tudo,... Ainda não sofreram o suficiente para não acreditar no amor.

Pra vocês que ainda não viveram esta experiência, dicas para apostar ou não nesse relacionamento moderno:

Opção A: Ele estuda e eu trabalho: isso pode até parecer divertido – uma "volta à adolescência" – mas se tudo o que ele gosta é de sair e ficar bêbado somado ao fato dos amigos dele se parecerem com o seu irmão mais novo, ihhhh....você vai acabar enjoando.

Opção B: Trabalha, mas é muito novo: ele teria idade para ser seu filho ou sobrinho? Muitos homens jovens se sentem atraídos por mulheres mais velhas. Como Mário Prata disse (lembra do clichê? Pois é...) entre os 30 e os 40 anos, a mulher está em seu melhor momento sexual e profissional. Mesmo que você esteja abaixo desta idade, o fato de você morar sozinha, saber o que quer, como quer e quando quer pode exercer uma forte atração. De qualquer forma, se ele é maduro o suficiente, o namoro, case, rolo ou “sei lá entende”, pode ir para frente.

Opção C: Nem se nota a diferença de idade: seja pelo físico ou pela maturidade dele, ninguém se toca que ele é muito mais novo que você. Se você está apaixonada, se os interesses e as amizades de vocês combinam, siga adiante, sinal verde!!!

- Sophiaaaa...
- Hein?!
- Esse negócio de idade não tem nada a ver não?!
- Ué, eu sei... Vem falar isso pra mim? Lembra do “Feliz Natal”? (É, por essa Sophia não esperava. Como está com o coração batendo mais forte – sim, por um menino do rio – dispensou um convite de um homem (?!) de 46 anos para sair, jantar e blá, blá, blá... Não é que ele ficou indignado e numa atitude completamente imatura explanou: Então tá! Isso é um pé na bunda?! Legal ter te conhecido, até mais e Feliz Natal!).

- Claro que lembro... Feliz ano novo pra ele! (hahahaha)

Imaturos esses homens... Sábios esses meninos do rio. Ponto pra eles.