quarta-feira, 18 de abril de 2007

Meninos do Rio

Mães de meninos, Bia e Sophia percebem que eles (os seus meninos) já nasceram tal qual os homens... Exemplo típico foi o de hoje.

6h da manhã. Todos os dias, Sophia acorda nesse mesmo horário, já prevendo que não pode ficar nem mais um segundinho na cama. Parece até toque de exército: acorda, levanta, prepara o café (ao mesmo tempo em que acorda as crianças com a ajuda da sua fiel cadela vira-latas), veste um, grita com o outro, tudo em cronometrados 30 minutos... Relembra como era relaxante – antes das crianças nascerem – ficar “fritando” de um lado pro outro na cama, pensando na roupa que ia vestir.

Mas, decididamente, resolve quebrar a rotina e olha pro lado – um dos únicos dois homens que acordam com ela todos os dias – tão lindinhos... E diz:

- Oi filhote! Bom dia! Sabia que a mamã te ama? (Ele, como todo projeto de homem, olha bem nos olhos da mamãe e diz..)
- “Babia. Eu tumbém”. (Empurrando com a mãozinha o corpo desta mulher que vos fala!) E completa: “Tá... Mas, cadê o meu mamá?!” (É, por mais que a gente eduque, é a genética que fala mais alto!)

Pensando nisso, Sophia analisa os fatos. Enquanto ela e Bia tentam viver uma pós-adolescência tardia, só se envolvem com meninos (não, não são os que elas geraram... são outros, os meninos do rio). E não são só elas não! Atenção homens de 40, vocês estão perdendo o seu legado. Só as duas têm (vejamos) mais sete amigas em comum (nós dissemos sete!) apaixonadas por esses meninos, que geralmente têm 8, 9, quando não 12 anos a menos que as balzaquianas.

Em uma breve “conversinha de mulherzinha” vejam só os benefícios deste elixir da juventude:

- Eles topam tudo... Têm a leveza da juventude e a promessa da maturidade.
- Riem de você, com você e para você.
- Trocam bilhetinhos (sim, são românticos estes garotos...).
- Abrem a porta do carro e te tratam como princesas...diríamos, rainhas.
- Têm o vigor e a vitalidade típica da idade.
- E, acima de tudo,... Ainda não sofreram o suficiente para não acreditar no amor.

Pra vocês que ainda não viveram esta experiência, dicas para apostar ou não nesse relacionamento moderno:

Opção A: Ele estuda e eu trabalho: isso pode até parecer divertido – uma "volta à adolescência" – mas se tudo o que ele gosta é de sair e ficar bêbado somado ao fato dos amigos dele se parecerem com o seu irmão mais novo, ihhhh....você vai acabar enjoando.

Opção B: Trabalha, mas é muito novo: ele teria idade para ser seu filho ou sobrinho? Muitos homens jovens se sentem atraídos por mulheres mais velhas. Como Mário Prata disse (lembra do clichê? Pois é...) entre os 30 e os 40 anos, a mulher está em seu melhor momento sexual e profissional. Mesmo que você esteja abaixo desta idade, o fato de você morar sozinha, saber o que quer, como quer e quando quer pode exercer uma forte atração. De qualquer forma, se ele é maduro o suficiente, o namoro, case, rolo ou “sei lá entende”, pode ir para frente.

Opção C: Nem se nota a diferença de idade: seja pelo físico ou pela maturidade dele, ninguém se toca que ele é muito mais novo que você. Se você está apaixonada, se os interesses e as amizades de vocês combinam, siga adiante, sinal verde!!!

- Sophiaaaa...
- Hein?!
- Esse negócio de idade não tem nada a ver não?!
- Ué, eu sei... Vem falar isso pra mim? Lembra do “Feliz Natal”? (É, por essa Sophia não esperava. Como está com o coração batendo mais forte – sim, por um menino do rio – dispensou um convite de um homem (?!) de 46 anos para sair, jantar e blá, blá, blá... Não é que ele ficou indignado e numa atitude completamente imatura explanou: Então tá! Isso é um pé na bunda?! Legal ter te conhecido, até mais e Feliz Natal!).

- Claro que lembro... Feliz ano novo pra ele! (hahahaha)

Imaturos esses homens... Sábios esses meninos do rio. Ponto pra eles.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Sábado, 14. Dia de tatu-bola

Ah, isso a gente esqueceu de falar. Mulheres separadas com filhos só têm finais de semana - sem filhos - de 15 em 15 dias (isso quando têm esse privilégio, o que não é caso da Bia, só o da Sophia).

E como esse é o finde sim (sim à paciência, à resiliência – adoramos isso -, e à certeza de que o próximo final de semana vai ser muito diferente), para não deixar nossas leitoras sem o que comentar, aí vai um post que nos deixa muuuuito orgulhosas. E olha que foi um homem que escreveu! Depois de ler tais palavras, a gente meio que se sente o clichê o do clichê. Mas não deixa de ser um belo incentivo pra um começo de semana.

P.S.: Lembram do tal torpedo? Pois é, deu certo. Quer dizer, foi 1X1. Pra Sophia, que tá em começo de rolo, funcionou às mil maravilhas. Já pra Bia, que tá em fase de “sei lá, entende?”, o lance só deu certo depois de um velho e bom telefonema. Mas valeu. Ô se valeu. A Chopperia Brazooka vai ficar pra uma próxima. A gente acabou indo pros Escravos da Mauá...



As mulheres de 30
Por Mário Prata

O que mais as espanta é que, de repente, elas percebem que já são balzaquianas. Mas poucas balzacas leram A Mulher de Trinta, de Honoré de Balzac, escrito há mais de 150 anos. Olhe o que ele diz:
'Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido. (...) Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de não sê-lo, nada pode satisfazer'.

Madame Bovary, outra francesa trintona, era tão maravilhosa que seu criador chegou a dizer diante dos tribunais: 'Madame Bovary c'est moi'. E a Marilyn Monroe, que fez tudo aquilo entre 30 e 40?

Mas voltemos a nossa mulher de 30, a brasileira-tropicana, aquela que podemos encontrar na frente das escolas pegando os filhos ou num balcão de bar bebendo um chope sozinha. Sim, a mulher de 30 bebe. A mulher de 30 é morena. Quando resolve fazer a besteira de tingir os cabelos de amarelo-hebe passa, automaticamente, a ter 40. E o que mais encanta nas de 30 é que parece que nunca vão perder aquele jeitinho que trouxeram dos 20. Mas, para isso, como elas se preocupam com a barriguinha!

A mulher de 30 está para se separar. Ou já se separou. São raras as mulheres que passam por esta faixa sem terminar um casamento. Em compensação, ainda antes dos 40 elas arrumam o segundo e definitivo.
A grande maioria tem dois filhos. Geralmente um casal. As que ainda não tiveram filhos se tornam um perigo, quando estão ali pelos 35. Periga pegarem o primeiro quarentão que encontrarem pela frente. Elas querem casar.

Elas talvez não saibam, mas são as mais bonitas das mulheres. Acho até que a idade mínima para concurso de miss deveria ser 30 anos. Desfilam como gazelas, embora eu nunca tenha visto uma (gazela). Sorriem e nos olham com uns olhos claros. Já notou que elas têm olhos claros? E as que usam uns cabelos longos e ondulados e ficam a todo momento jogando as melenas para trás? É de matar.

O problema com esta faixa de idade é achar uma que não esteja terminando alguma tese ou TCC. E eu pergunto: existe algo mais excitante do que uma médica de 32 anos, toda de branco, com o estetoscópio balançando no decote de seu jaleco diante daqueles hirtos seios? E mulher de 30 guiando jipe? Covardia.

A mulher de 30 ainda não fez plástica. Não precisa. Está com tudo em cima. Ela, ao contrário das de 20, nunca ficou. Quando resolve, vai pra valer. Faz sexo como se fosse a última vez. A mulher de 30 morde, grita, sua como ninguém. Não finge. Mata o homem, tenha ele 20 ou 50. E o hálito, então? É fresco. E os pelinhos nas costas, lá pra baixo, que mais parecem pele de pêssego, como diria o Machado se referindo a Helena, que, infelizmente, nunca chegou aos 30?

Mas o que mais me encanta nas mulheres de 30 é a independência. Moram sozinhas e suas casas têm ainda um frescor das de 20 e a maturidade das de 40. Adoram flores e um cachorrinho pequeno. Curtem janelas abertas. Elas sabem escolher um travesseiro. E amam quem querem, à hora que querem e onde querem. E o mais importante: do jeito que desejam.

São fortes as mulheres de 30. E não têm pressa pra nada. Sabem aonde vão chegar. E sempre chegam.

Chegam lá atrás, no Balzac: 'A mulher de 30 anos satisfaz tudo'.

Ponto. Pra elas.