Alta infidelidade - parte II
Quando a gente pensa que já cometeu todas as loucuras do mundo e que não temos mais idade pra certas coisas... Vocês lembram do papo com a Soninha, né? Ela continua lá, remoendo seus botões de indecisões – tem até muitas novidades pra contar, mas essa também fica pra próxima. Lembram daquela amiga da Bia e da Sophia, que tava decidida a viajar pra encontrar seu mais novo amante virtual? Pois é, ela foi. E é ela mesma quem relata aqui uma das sete horas mais longas da sua vida, que antecederam o “crime”.
Ah, e antes que alguém possa torcer o nariz, achando que estamos fazendo apologia ao adultério, ao sexo virtual, ou a qualquer coisa do gênero, vamos logo explicando que longe de nós fazer qualquer julgamento de valor. Estamos apenas reproduzindo aqui o e-mail enviado por ela (e por motivos óbvios, nem pseudônimo ela vai ganhar aqui).
Lá vai:
“Pois é, amigas, preciso contar...
Sei que foi mais um grande surto. Mas que surtada boa!
Num impulso eloqüente entrei no táxi e me dirigi à rodoviária. A passagem já estava comprada, apesar de isso não significar muita coisa, pois tinha esperança de amarelar, cair em sã consciência antes do dia marcado.
Lá fui eu, olhos arregalados dentro do ônibus que me levaria para outra cidade (que não conheço) encontrar alguém (que também não conhecia).
[Não conhecia fisicamente, pois na teoria parecia ser o homem da minha vida. Papo de adolescente apaixonada, né?]
Pois então, foram cinco horas dentro de um ônibus. A cada parada me dava vontade de voltar. Uma voz interna e insistente que me acompanhou a viagem inteira pedia volta, volta... você está doida... Essa boa voz que vou batizá-la de RAZÃO brigava o tempo todo com outra que batizei de EMOÇÃO, e que insistia em que eu ficasse ali quietinha aguardando o meu destino.
O que será que vou encontrar?
Um doido tarado que vai me matar. Esfaquear-me, cortar-me aos pedaços e guardar o corpo debaixo da cama ou então me jogar em um penhasco... Ai meu Deus, o que será que estou fazendo aqui?
O que vai pensar minha família, quando derem conta do grau da minha loucura? Que exemplo estou dando pra minha filha adolescente? Cair no conto de um maluco na internet e morrer por causa disso...
Bem, seja lá o que vai acontecer, estou aqui. Sentada no ônibus esperando meu destino.
E se for tudo ao contrário? Em vez de um matador tarado... um príncipe encantado que vai me enlouquecer de tesão, me falar de coisas boas e bonitas, me beijar até o dia clarear, me amar e me dar muito carinho e prazer... Prefiro pensar nessa versão.
Mas e se ele forjou as fotos e eu der de cara com um homem vesgo, manco, feio, desdentado, gordo e careca... Um homem bem repugnante. O que faço? Saio correndo? Digo que eu não sou eu? Pra onde correr se não conheço a cidade? O que fazer?!?
E se ele for tudo de bom e me achar feia, velha, esquisita... Onde vou enfiar minha cara? Recolho minha feiúra dentro da mala e volto para o ônibus?
Que loucura! O que faz uma mulher com seus quase 40 anos viver uma aventura dessas? Por que não segui os conselhos de minhas amigas? Ir para as baladas por aqui mesmo em minha cidade, encontrar um gatinho, levar pra cama e no dia seguinte tudo azul... tudo lindo... Mas não, comigo tinha que ser diferente! Tinha que ter algum grau de complicação – se não, não seria eu.
Olho pela janela e reconheço que já estou em outro estado. Em um momento de ápice nervoso, levanto da cadeira e grito ao motorista que pare o ônibus que eu quero descer. Todos olham para mim com aquela cara de Qual é a sua, tia? Vai atrapalhar a viagem? Será que fiz mesmo isso ou foi só impulso da minha consciência doentia? Acho que foi só pensamento, pois o ônibus não parou.
Com os olhos mais arregalados que nunca, lá fui eu tentando reconhecer os caminhos que me levavam ao desconhecido.
Cheguei na rodoviária. Uma cidade estranha, com gente esquisita. Acho que todos me olhavam... Olha a louca carioca que veio atrás de um grande amor. Hahahahaha.
Ainda tenho alguns minutos, pois falei para o dito cujo que chegaria uma hora depois, no caso de eu cair na real. Fiquei ali, quieta, sentadinha entre viajantes e loucos varridos. Estava me sentindo a própria, perdida nos meus pensamentos de sonhos e medos... quando o celular tocou. Era ele perguntando onde eu estava, se eu já estava chegando. Fiquei calada sem saber o que responder... quando ouvi minha voz falando calmamente que eu já estava aqui.
Ouvi do outro lado uma risada... e um elogio que me bambeou as pernas.
- Você é linda.
Ele estava do meu lado.
Exatamente como eu imaginava, como eu sonhava... como eu queria que fosse. Não deu tempo de falar “oi”. Me agarrou pela cintura e me tirou o ar com um beijo maravilhoso...
Bem. Como eu estava falando no início, foi a surtada mais gostosa e emocionante da minha vida. Mas não aconselho meninas “normais” a tal aventura.”
Nota das Blogueiras:
Rola na próxima segunda-feira, 6 de agosto, o I Encontro BLS. Para Blogueiros, Leitores e Simpatizantes. Organizado pelo Beto Largman, o objetivo é que o evento seja um fórum livre de idéias entre pessoas que, de uma maneira ou de outra, estejam ligadas ao tema. Entre os convidados, Alexandre Inagaki (Agência Riot), que falará sobre blogs e marketing viral; Paulo Mussoi (coordenador dos blogs do Globo Online) vai mostrar a visão de uma grande empresa de comunicação sobre os blogs; Carlos Cardoso que vive exclusivamente do seu blog, um problogger; Fabio Seixas (analista de sistemas, sócio-fundador do Camiseteria.com e diretor de marketing do WeShow.com) vai detalhar como é possível rentabilizar um blog e Alessandro Barbosa Lima (a confirmar), diretor do E.life, explicará como funciona a monitoração do boca-a-boca na web. A entrada é franca, mas os lugares obviamente são limitados (cerca de 120). Claro que a gente vai estar lá.
Quando: 06/08 a partir das 19h
Onde: Armazém Digital – Shopping Rio Design/Leblon
Avenida Ataulfo de Paiva, 270 - Loja 104