sábado, 28 de abril de 2007

Segundo ato

– Vem cá, mulheres de 30 não têm defeito, não?

Claro que temos – seria a resposta à pergunta espontânea de um de nossos leitores (sim! embora eles não comentem, muitos homens não apenas têm acompanhado nossas desventuras, como colaborado ativamente com referências, dicas – como a que você lê abaixo – e consultorias especiais).

Rugas de expressão, algumas manchinhas na pele, cabelos brancos (Sophia é uma privilegiada, ainda não conhece a desgraça que acomete Bia há alguns bons anos). Um corpo que não tem mais tanto vigor, tônus ou definição. E que muitas vezes ainda conta com aquela famosa cicatriz da cesárea. E quando têm filhos é que a coisa piora um pouco mais: quadris de parideira, vazinhos aparentes nas pernas e seios que já começam a compreender o que é a tal da lei da gravidade.

Uma certa impaciência, de quem já ultrapassou a fronteira dos 20, misturada com uma certa indecisão, de quem ainda não chegou aos 40. E a certeza de que os 40 virão em breve! (Essa talvez seja a pior das certezas e incertezas que acometem tantas impacientes e indecisas balzacas que insistem em viver a vida ainda se olhando muito no espelho e pensando em “o que os outros vão pensar”.)

Mas, enfim, estamos no 2º ato. E acreditamos piamente nisso principalmente depois que Raquel Welch, linda, aos 66 anos, declarou que as mulheres da sua geração não estão na terceira idade, e sim no 3º ato. Se não, vejamos. Apresentamos os principais personagens de nossas vidas (não todos, é claro, porque não é assim que se constrói uma história, seja ela drama, comédia ou tragédia). Representamos as situações que nos marcaram e moldaram muito do nosso jeito de ser e de lidar com pessoas, sentimentos, desafios... E, o melhor da história: muitas já viveram aquele grande momento – o plot do roteiro – que vem antes do primeiro intervalo, e que normalmente muda completamente o rumo dos protagonistas – quando começa o segundo ato.

E aí, desculpe, caro leitor (que, por sinal, hoje é um personagem de peso no roteiro de nossas vidas), mas... sabe aqueles tais defeitos? Na boa? Agora, no segundo ato, eles já não têm tanta importância. O que interessa agora é acompanhar as múltiplas possibilidades de caminhos que nossas heroínas podem seguir. Quantas histórias podem ser vividas antes do desfecho final – que, aliás, só vem depois do terceiro ato!

Pode estar ficando até repetitivo. Mas, viver o momento é por aí.



E agora a dica de um outro colaborador a quem a gente já devia algum crédito, e que confessou que anda com medo de virar personagem deste blog (já é, baby):

Neste sábado, 28/04, na Galeria Toulouse (Shopping da Gávea), acontece uma leitura dramatizada da peça “As loucuras que as mulheres fazem”, de Luciana Guerra Malta. A partir das 19h, entrada franca.

As loucuras que as mulheres fazem
Débora Lamm (Celebridade, Avassaladoras) e Roberto Lobo (F. Privilegiados), fazem leitura dramatizada da peça de Luciana Guerra Malta. O texto fala sobre a crise no relacionamento de Fábio e Luiza, casal que beira os 30. Enquanto ele passa o tempo livre fumando maconha e jogando Playstation, ela mergulha nos livros e em relações extraconjugais. Até que um dia, chega em casa e diz que vai deixá-lo. A partir de então, discute-se o papel do homem na sociedade atual e a difusa sexualidade que se delineia no século XXI.

A direção é da própria autora e a entrada é franca.
A Galeria Toulouse fica no Shopping da Gávea
Rua Marquês de São Vicente, 52 – lj 350, 3° piso
Tel.: 2274-4044 / 2274-5790

Um comentário: