sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Run Forest, Run.



Essa semana foi conturbada para Sophia. Não se pode contar nos dedos de uma só mão os dias em que ela teve um almoço descente ou um momento de relax. Tá faltando tempo pra você amiga.....

Aquele tempo só seu, nem que seja para passar aquele creme caseiro de açúcar com mel no rosto, colocar os pés em um balde de água com sal grosso e ficar horrorosaaaaaaaaaaaaaaa, pra depois de Fiona virar a princesa, nem que seja somente em estado de espírito.

Só para vocês terem uma idéia, uma mulher de 35 anos, mãe de dois filhos, executiva e metida à inteligente precisa ter certo aparato tecnológico, de serviços e relacional para dar conta de tudo em 24 horas. É, porque até mesmo dormindo a mente anda [ ou corre ] trabalhando.

Pra começar, em uma semana, foram 4 consultas médicas - duas para cada filho - que seriam impossíveis de ocorrer se não fosse a existência do taxista delivery, amigo de Sophia, que leva e traz os rebentos, cabendo à progenitora “apenas” estar no mesmo Batlocal e no mesmo Bathorário para fazer o acompanhamento que lhe é cabido. Depois, “o” ou “os” rebentos são despachados diretamente no veículo e entregues sãos e salvos em sua residência.

Otimização de tempo. Aparatos relacionais e de serviços.

Reuniões? Umas 6. Palestras e Networking 3. Diferentes locais, diferentes dias e, é claro, diferentes assuntos. A cabeça pira, mas ao mesmo tempo Sophia fica impressionada com a sua capacidade de hiperlink e de, ainda assim, ser completamente apaixonada por ter insights, por ouvir pessoas e por pensar fora da caixa.

Inovação. Renovação. Mente aberta.

Aparatos relacionais e, neste caso, tecnológicos porque Sophia não abre mão do seu celular super potente que conecta a internet, o twitter, o Orkut, o GMail, mas que devido a sua sabedoria financeira, a utilização só lhe é permitida em ambientes que tenham wireless. Em casa, notebook novo, webcam e aquela vontade louca de produzir, mesmo que o cansaço a dê por vencida.

Chegamos então ao que o cansaço mental e físico faz com uma balzaca. Coisas estranhas que só acontecem com Sophia. Voltando de uma destas reuniões e depois de uma consulta médica pra lá de diferente – Cinesiologia [depois a gente fala disso]- Sophia resolve voltar para casa com a sua amiga.

A questão: Barra da Tijuca, 18 horas.
Detalhe: Caiu uma árvore na Niemeyer.

A amiga consciente de Sophia até tenta persuadí-la a tomar um [ ou muitos ] chopes até que o trânsito acabe, mas a consciência materna pulou como uma pulga na cabeça de Sophia e ela teve – isso não é raro – a brilhante idéia de pegar um ônibus que fosse pelo Alto da Boa Vista.

Há algum tempo atrás o 234 era o número. E lá vamos nós. Dezenove horas de uma quinta-feira, alegres e sorridentes dentro do 234. Só que este Mercedes não vai mais pelo Alto. Há quanto tempo isso mudou? Ninguém sabe, ninguém viu. Só sei que Sophia e a sua amiga entraram em pânico. Duas horas de engarrafamento mostro combinado com chuvinha pinga-pinga e com aqueles vendedores de bala, chiclete e “caneta que dá choque” dentro do silencioso transporte urbano.

Tudo bem, né? Fazer o quê? Vamos papear. Acontece que a amiga da Sophia teve a estratosférica idéia de saltar na Lagoa: “Vambora, a gente anda só um pouquinho e pega o ônibus do metrô em Ipanema". Detalhe : destino final,Tijuca.

Fazer o que, né? Simbora.

Saem as duas do transporte coletivo e saltam na Lagoa. Legal, pelo menos a gente faz um exercício. O problema é que a amiga da Sophia, tão lesada quanto, saltou no lugar errado. Resultado: Fizemos de tudo um pouco. A partir de ontem Sophia e sua amiga conhecem todos os bares da Lagoa, todos os corredores, o estilo de corrida – uns correm pro lado, outros equilibram o peso, teve até um que fez Sophia gritar de susto porque corria que nem um cachorro latindo, blergh!Imagina transando, deve uivar.

Papo vem, papo vai e um casalzinho que sabe viver a vida tava lá correndo junto e de repente, na chuvinha fina ensaiaram uma dancinha de forró, com a Lagoa e a árvore de Natal como pano e fundo......ai que bonitinho.

- E aí amiga? Falta muito?
- Calma Sophia...só mais duas voltas.

Sophia pesquisou e descobriu a árvore genealógica da amiga. Repleta de parentes de Minas Gerais que têm por costume falar “falta um tantinho só, sô”.

Conversei, andei, malhei e ouvi o Cantagalo cantar – ainda bem!- e finalmente sentei e ri muito indo da última para a primeira estação do metrô com direito a uma baldeação da integração para enfim chegar em casa. Quatro horas depois........


Run Sophia, Run.

Um comentário:

  1. Soube hoje amigas, numa sessão de psicoterapia com uma cliente (uma de nós - mulher maravilha), da atividade que mais precisamos (valeu a pena atender hoje, 6ª feira, até às 21:40)!!!

    Quero compartilhar a descoberta com vocês: EXISTE UM CLUBE DO NADISMO!!!

    Olha que notícia maravilhosa!!!

    O que é?

    Um evento dedicado ao nada, para levar aquelas pessoas que estão sempre atrasadas, ocupadas, estressadas a repensar um pouco o seu dia a dia. Uma intervenção em que todos os presentes dedicam-se ao puro ócio.

    Vamos nessa??? Tô precisando disso e sei que vocês também!!! Acho que essa parada pode dar um upgrade nas nossas vidas, eu tô pirando com tanta coisa...

    E aí, topam???

    Aproveitar para fazer absolutamente nada!

    O Clube de Nadismo foi criado para proporcionar a oportunidade de parar o fluxo incessante de atividades nas quais estamos sempre envolvidos e dedicar-se 100% ao ócio sem esforço, sem culpa, numa boa e com alto astral.

    Busquem no google, a parada é séria!

    Vamos praticar "nadismo" amigas, antes que sejamos internadas num Hospital Psiquiátrico.

    Nadismo já!

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