domingo, 8 de março de 2009

Nosso “santo” dia


World Builder from Bruce Branit on Vimeo.

Quem foi que queimou aquela p… do sutiã, hein? Nos avise. Mesmo que hoje já tenha passado desta para melhor, pelo menos podemos marcar um chazinho das cinco com as descendentes desta mulher.

Foi necessário. Afinal boa parte do que temos hoje se deve à força e determinação das desbravadoras daquela época. Mas os rumos que isso tudo está tomando... Tsc, tsc.

Jornadas triplas. Exigências pessoais por padrões de beleza, educação dos filhos e eficiência no trabalho. A máxima é o mínimo desejável.

Sem mágoas ou preconceitos, mas um dia dedicado exclusivamente para nós, mulheres, nos causa certas dúvidas internas. Devemos parabenizar todas as nossas amigas? Ou dar um tapinha nas costas e falar ironicamente: “Ó..parabéns por hoje, viu?”

O mundo é construído por todos nós – homens, mulheres, crianças, negros [afrodescententes], deficientes [portadores de necessidades especiais] e por aí vai. Um monte de rótulos criados para definir em “castas” os grupos que sofrem ou que recebem “menores condições” perante aos demais.

Ainda me lembro bem o dia que me deparei com um vagão do metrô [com uma faixinha rosa!] destinado exclusivamente para as mulheres. Fiquei indignada. Tá... Podem me chamar de tudo – inclusive, fui alvejada por minhas amigas por criticar este tipo de segregação – mas me preocupa o caminho que a humanidade está tomando. Daqui a pouco, para evitar constrangimentos teremos vagões para negros, deficientes, arianos, judeus. Regressão? O tema é polêmico, sabemos.

A maioria delas ficou feliz. Afinal podem fazer a sua viagem sentadas, sem constrangimento em função daqueles “eventuais” sarros que, infelizmente, as meninas menos favorecidas financeiramente e que pegam os trens e as interligações sofrem.

Mas não seria tudo uma questão de educação? Ordem e progresso? Vamo lá pessoal...a gente agora se preocupa em atender o problema pontual. A causa, depois a gente vê. Ou nunca.

E você deve estar se perguntando o que este vídeo maravilhoso tem a ver com tudo isso.

Nós, homens e mulheres, construímos nossas vidas juntos. Somos complementares. Antigamente em nome desse feminismo – pegamos o respingo dele – não aceitava que um namorado, ficante, amigo fizesse gentilezas para mim. Afinal, somos iguais.
Direitos iguais [dá um tempo, ele está pensando que eu sou o quê?].

Hoje entendemos. Direitos iguais, formas complementares.

Nós queremos, sim, alguém que abra a porta do carro, que dê a mão e nos posicione ao seu lado esquerdo da calçada. Que eventualmente faça a gentileza de pagar a conta, mandar flores ou simplesmente ligar. Que entenda que somos diferentes, mas que precisamos um do outro. E que sim...cuide da gente e nos ame na riqueza ou na pobreza, na saúde ou na doença, até que a morte nos separe.

Romântica. Sabemos.

7 comentários:

  1. Amigas autoras, não se trata de segregar ou conceituar em "castas", mas para que haja a EQUIDADE, precisamos do reconhecimento das diferenças, que consiste na adaptação da regra existente a situação concreta, as necessidades que são diferentes, observando-se os critérios de justiça e igualdade. A mulher que tem filhos ou o homem que cria os filhos, ambos sem parceria por exemplo, deveria ter sua jornada de trabalho reduzida, a fim de deixar o mundo mais justo, dedicando-se um pouco mais aos cuidados com os filhos. Trata-se de um investimento na humanidade, filhos com suas necessidades atendidas pela família ou por suas figuras de referência, são pessoas muito melhores e poderão construir um mundo muito melhor. Negros têm mais dificuldade ao acesso e, só quem vive isso literalmente na pele ou convive com quem é negro sabe do preconceito ainda dominante em nossa sociedade. Eles sempre são parados nas blitz, eles quase sempre são os suspeitos por uma violação de regra, etc. Portadores de necessidades especiais idem. Entre uma mulher, um portador de necessidade especial, um homem negro e um homem branco concorrendo a uma vaga de emprego, 90% dos casos é conquistada pelo homem branco. Isso não é historinha, é estatística. É por isso que nós militantes pela defesa dos direitos atuamos nesses espaços, muitas vezes esquecidos pela justiça e pelas políticas públicas. A equidade é uma forma de se aplicar o Direito, mas sendo o mais próximo possível do justo para as duas partes.

    Além disso, a mesma "não corrige o que é justo na lei, mas completa o que a justiça não alcança" com a sua regra geral para todos. Só que todos somos diferentes.

    Sem a presença da eqüidade a aplicação das leis acabariam por se tornar muito rígidas, o que beneficiaria a maioria; mas ao mesmo tempo, prejudicaria muitas pessoas sem a garantia do acesso aos direitos, pois a lei não teria como alcançar.

    Enfim, tô ficando chata e escrevendo demais... mas essa é a minha vida, o meu trabalho!

    Mas... o que quero mesmo é ser "Mulherzinha", ser tratada com o reconhecimento da minha humanidade e da minha fragilidade, além de ser a guerreira que precisa enfrentar a tripla jornada. E sabe por que precisamos nos matar para sobreviver? Porque somos um país que não consegue ter equidade e, esta, é bem diferente da igualdade pregada.

    Beijos meninas, precisava fazer esse contraponto mas AMEI O POST!!!

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  2. Me ausento um fim de semana e dá nisso! Respeito é bom e todos gostam, se é necessário gritar de vez enquando para lembrar os outros disso que seja.

    Se é necessária aquela vozinha do moço do Metrô lembrando dos assentos preferenciais, do carro das mulheres e etc que seja.

    Mas essa não é a questão principal do post. Brigamos pelos nossos direitos, mas ninguém falou em acumulo de função. O problema é que o sexo oposto não briga pelos os seus deveres. Sobrou para nós!

    Bjs

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  3. É.
    Pois saiba, que não me senti nada bem com os parabéns que recebi ontem.
    Eu não queria aquilo.
    E chego aqui e você diz tudo.
    Um abraço, obrigada.
    obs: Se quiser dar a honra, leia a postagem "Minhas mulheres,lá no blog"

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  4. Espero o dia que os homens também queimem suas cuecas em praça pública e também assumam as jornadas triplas dividindo as funçoes com suas mulheres...

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  5. Oi Bárbara,
    Você participa de mais de um blog. De qual post você está falando? Nos passa o link? Para nós será uma honra! bjs

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  6. Oi Anônimo,
    É sempre bom ter um por aqui ;-)
    Concordo com você. Um dia isso ainda existirá. Seja você homem ou mulher, acredito que já existam homens que pensem como você.

    Participe mais!

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  7. Gostei muito do texto ... gostaria apenas de lembrar que existem homens que GOSTAM de fazer as pequenas coisas que citaram no ultimo paragrafo.

    Agora imagina se todos fossem assim ... a concorrencia ia ficar mais dificil (risos).

    Parabens ... Edu

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