sábado, 25 de abril de 2009

Recaída



Não tem muito jeito, não. Mais dia, menos dia, você acaba tendo uma.

Dizem que ex é que nem Mc Donald’s: você sabe que faz mal, mas um dia acaba comendo.

Dependência?

Carência?

Querência?

Um não sei se quero misturado com um querer que não se sabe muito bem quão é querido... ou quanto vale a pena.

O quereres e o estares sempre a fim

Mas um dia você acorda ao seu lado – ou ele acorda junto a você. A lembrança do que passou (passou?) apaga eventuais tropeços, desencontros... Você tem saudade, é fato. Foi bom. Vale pensar numa volta? Num recomeço?

No início você pode pensar que é só uma abstinência.

‘Eu posso viver sem ele.’ ‘Posso dormir sem ele.’ ‘Ser feliz sem ele.’

Claro que pode. Resta saber qual o caminho (solução? alternativa? escolha? ...) mais fácil. Mais confortável. Menos doloroso. Menos ansioso.

Às vezes é preciso voltar, sim. E pagar pra ver.



N.B.: Esse texto foi escrito quando Bia voltou a fumar, depois de 35 dias de Separação do cigarro. Não deu, ela não segurou a ansiedade, teve uma recaída e voltou. Mas sabe que tem que dar um basta e vai tentar de novo. Enquanto não consegue, vai assistir ‘Fumando, espero’, que estreiou nesse fim de semana.

3 comentários:

  1. Não há escolha sem dor.
    Não há razão no sentir.

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  2. Quando me permiti, dei de cara com fatos que não condizem com o discurso: encantador, amoroso e sempre, sempre sem compromisso com o depois.

    Recaí. Tropecei. Insisti. Me machuquei.

    Caí fora.

    Essa foi a última vez.

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  3. Verdade, Mariana. Não há escolha sem dor. Lembrei do seu comentário hoje lendo o artigo da Fernanda Irritada Young na Revista O Globo. "É preciso dor para ser feliz sem ser idiota."
    Sintamos sem razão a doce dor de viver.

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