quarta-feira, 13 de junho de 2007

Feliz Dia da Gente

11 de junho, Dia do Amante. 12 de junho, Dia dos Namorados. 13 de junho, Dia de Santo Antônio.

- A gente devia estar mais romântica...
- É. Devia.

Sophia estava um tanto reticente em esperar alguma coisa do 12 de junho.

- Não tem jeito. Ele não se entrega. Parece que eu tô em uma banca julgadora me apresentando, em capítulos. “A gente tá se conhecendo...”, ele diz.
- Pensa bem... Levando em conta o pouco que a gente sabe, esse comportamento é mais do que natural.
- Eu sei. É totalmente natural. O fato é que estamos em tempos e ritmos diferentes, sentimos de forma diferente. Eu não quero rótulos, contratos. Eu só queria senti-lo mais próximo, sem tantas defesas...
- Um amor hollywoodiano.
- Tá, Bia. Eu sei que isso não existe. Pra você, que tá há quase 2 anos nessa de não se envolver, é mais fácil de entender...
- 1 ano e meio.
- ... E, mesmo assim, tá melhor que eu. Pelo menos você não vai deixar de comemorar o Dia dos Namorados, só porque não quer “formalizar um contrato”.

Bia volta pra casa pensando em quantos casais, amantes, rolos, cases, “sei lá entende?” não vão estar juntos nessa data – que, a bem da verdade, os shoppings, motéis, floriculturas e restaurantes inventaram pra promover o amor e esquentar as vendas – só por um “instinto de preservação destrutiva”, como a amiga Sophia definiu os que não querem, de modo algum, se deixar envolver.

Tá certo que Sophia já se separou há muito mais tempo. Já viveu, amou de novo, sofreu, apenas deu. Mas não perdeu a voluptuosidade dos que se entregam à paixão.

Bia até já se apaixonou. Algumas vezes quase surtou. Mas se preservou intensamente. E mesmo quando quis, não deu, nem para si própria, o braço a torcer a um envolvimento um pouco mais sério. “Eu tenho dois filhos. Tô num momento complicado.” E além do mais, ele é... (a) casado, (b) recém-separado, (c) mora em outra cidade, (d) muito mais novo, (e) tem uma vida completamente diferente da minha, (f) alguma outra alternativa além das acima.

Mas qual o caminho certo, afinal?! Arrumar sempre uma desculpa pra se manter a uma distância razoavelmente segura de algum relacionamento mais fixo, estável... Ou não ter senso algum de auto-preservação, mergulhando sem fronteiras naquilo que chamamos de sentimento?

A gente fecha com Clarice Lispector: “Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento”.

N.B: Pra vocês que ficaram sozinhas nessa noite de lua minguante, aí vai um consolo: No dia 12 de junho, a Lua está fora de curso a partir das 20h18min até as 9h24min do dia 13. A Lua é o planeta mais rápido do zodíaco e, por isso, quando deixa um signo não fazendo aspecto algum com outro planeta, diz-se que ela está Fora de Curso.
Este “vácuo”, onde a Lua fica até entrar no signo seguinte, é um período estéril, quando iniciar atividades, projetos, assinar contratos, fechar negócios ou acordos, não dão resultados.

- Sophia... acho que vou deixar o encontro pra amanhã.
- Faz bem Bia, faz bem.
- Feliz Dia dos Namorados, dos Rolos, dos Sei-lá-entendes. Feliz Dia da Gente!

4 comentários:

  1. Oi Meninas!

    Que coisa mais confusa! É difícil mesmo não saber o que esperar! Por mais que a gente entenda que essa data só existe para fins comerciais sempre sofremos quando achamos que não fazemos parte das comemorações.

    Mas vou levantar uma bola! Vamos concordar que a aventura de não saber o que vem pela frente é muito gostoso! Estamos numa fase de adrenalina e nervos à flor da pele! Vamos deixar esses convenções de lado e vamos viver intensamente este momento em que estamos lindas demais, poderosas, independentes, intensas, com os filhos encaminhados (o relógio biológico de não ficar pra "titia" parou) e não temos nenhum homem (pai ou marido)pra buzinar na nossa cabeça.

    Vamos curtir muito agora! Mais pra frente a gente descansa!

    Bjos

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  2. Sophia,
    Já te disse...se você quiser ser minha namorada, aí que linda namorada você poderia ser...

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  3. É demais! É muito ruim chegar a essa data e não ter ninguém para compartilhar, pelo menos para os fins comerciais, esse romântismo. No dia 13 fui a missa de santo Antonio. Sei lá! Eu já me considero literalmente uma BALSAQUIANA, pois a minha estória vcs vão montar um livro. Bjos e sucesso para vocês!

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  4. O grande barato é curtir o que há de melhor durante a fase que estamos vivendo. Todo mundo quer viver um grande amor, isso não há como negar. Mas enquanto ele não vem, acho que é preciso tirar o melhor proveito disso. Sair com as amigas, paquerar, beijar muuuuito. Se divertir com o “errado”, enquanto o “certo” não aparece. E se o “errado” começar a perturbar, um abraço pra ele! Precisamos nos sentir bem!
    Acredito que o amor chega qd não estamos esperando, pelo menos foi assim que aconteceu comigo. E o grande lance é controlar a ansiedade e deixar as coisas fluírem naturalmente, sem cobranças.
    Aliás, segurar a minha ansiedade tem sido uma das minhas grandes vitórias depois dos 30. Um grande exercício e confesso que estou me sentindo bem mais leve com isso!

    Bjks

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