domingo, 22 de abril de 2007

Se não começa, como é que termina?

Bia às vezes tem a impressão de que acaba de desembarcar de uma máquina do tempo. Publicitária, mãe de adolescente, definitivamente não é uma pessoa desatualizada. Mas depois de 12 anos casada, 14 namorando (é, naquela época ainda se namorava), tudo lhe parece muito esquisito. Sobretudo agora em que ela tá no meio do olho do furacão.

- Não, vocês não tão mais só ficando...
- Não?
- Já rolou cinema na sexta, andar de mãos dadas e sair pra jantar?
- Cinema no domingo, andar de mãos dadas, sim. Só faltou o jantar.
- Então, isso é mais do que ficar.
- É? E o que vem depois de ficar e antes do namoro?
- Rolo.
- Então é isso. Tô enrolada.

E como. O papo no msn com um “consultor”, digamos assim, sempre rendia grandes surpresas e verdades. Mas nem depois de uma explicação precisa e objetiva, de alguém que afinal tem a mesma idade daquele que vem tirando seu sono, Bia conseguia entender por que, como e quando a gente, afinal, deve se envolver nesses... tempos modernos.

Sophia ficou o dia inteiro pensando nisso. E perguntando, né? Como não podia deixar de ser:
- Mas o que você achou de ontem? Você reparou?
- Não.

Sexta à noite, na Lapa, a última coisa em que ela iria prestar atenção era no casalzinho que estava acabando de se conhecer, ainda no limite da espontaneidade e do “não, não quero me envolver” (rolo?). Ela, afinal estava vivendo o momento.

Mas ô momentozinho enrolado esse em que as pessoas (e como tem gente nesse barco) não querem se envolver, mas juram que tudo o que querem é viver uma grande paixão. Antigo, isso? Não pra quem aprendeu a mergulhar em águas profundas. Essa coisa de nadar na superfície não é para certas pessoas, mesmo aquelas que têm certeza de que este não é o momento para... se envolver.

Mas o que isso, afinal, tem a ver com viver intensamente o momento? Pra Bia, pelo menos, nada. Pra Sophia também. E pra muitas e muitas outras balzaquianas que visitam nosso blog, comentam, e dão risadas das desventuras comuns a tantas delas, temos certeza de que uma coisa não tem nada a ver com outra. Dá pra se entregar, sim, ir pra valer, morder, gritar, suar, se apaixonar. Sem necessariamente se envolver.

Bia lembra de um comentário do post anterior:

“Olha, sempre é uma delícia novas descobertas! Nos últimos meses fiquei com um 10 anos mais novo e outro com diferença de 8 anos. Não durou muito tempo no meu caso. Os dois caíram num complexo de inferioridade incrível. Não conseguiram relaxar a vida e curtir comigo. Mas acho que a culpa foi minha mesmo! Agora voltei para um cara 5 anos mais velho do que eu, e estou curtindo! Acima de tudo acho que queremos um cara com disposição e espírito jovem!”

Curtir a vida comigo. Isso não teria a ver com... viver o momento? So, take it easy, baby.


Take it easy, aliás, é o nome da festa que rola a partir de hoje todo domingo às 21h no Clandestino Bar: R. Barata Ribeiro, 111 – Copacabana – Tel.: 3209 0348 – Entrada: R$ 7 ::: Lista Amiga: R$ 5. Neste 22 de abril (descobrimento do Brasil), véspera de feriado (Salve, Jorge!), tem edição especial de reestréia (a festa, durante 2004 e 2005, se consagrou como "o lounge a céu aberto na beira da Lagoa"). Os DJs Jocasan e Fábio Maia prometem tocar lounge, chill out, downtempo, nu jazz, dub etc, e convidam VJ Tima, DJ Eraserhead (special 50´s & 60´s lounge music set), DJ João Sabiá (black & brazilian music special set) e DJs Mimi & Sol (dub & balkan beats).

4 comentários:

  1. nao consigo deixar de passar aqui e ler! mtoo legal essa ideia! estão de parabens, fora q me identifico mto com varias coisas escritas aí! beijosss

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  2. Pois é! Concordo com vcs. Por que somos tão emotivas? Eu me apaixono com tanta facilidade! Mas também quando percebo que é furada saio fora rapidinho! Mas por que será que os homens não fazem o mesmo? Por que Não se doam mais, e se entregam a emoção? Pior que eu tenho um defeito horrível de gostar do mais canalha, do mais pilantra e safado! Gosto de homem com jeito selvagem! Vai entender isso!!! Bjos meninas!!

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  3. É isso mesmo! O importante é estar ao lado de alguém com disposição e espírito jovem. Alguém que faça com que a gente sinta prazer em estar junto; que faça com que a gente se sinta desejada. Que faça a gente rir (Como é bom rir! Rir de si mesma, dele e principalmente com ele)
    E viva o momento!

    Bjos

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  4. Meninas! Eu estou viciada no blog de vcs. Quero mais!!!! Aguardo o próximo post. Vcs não vão falar da síndrome do homem feio? hehhehe..eu acho q tenho uma explicacao pra isso..uma mistura do filme O Segredo e o querer da mulher. A minha teoria é que vc não olha pro bonitão pq acha que não rola e só dá oportunidade pro feio, mas gostosinho!

    Bjos

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