quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A comunidade



Faz algum tempo que ouvi uma frase um tanto quanto estereotipada que as vivências e postagens do Desbancando retratavam [por debaixo dos panos] “um bando de mulheres infelizes à busca por um amor eterno”.

Criar ou definir estereótipos em pleno 2008 pode até ser considerado imoral. Já dizia Clarice Lispector – “O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesmo”.

Quantas vezes estamos sozinhas, mesmo em um relacionamento? Abdicar-se de si mesmo em nome da felicidade e satisfação de outros não só traz sofrimento como a perda da identidade. Lembra das aulas de matemática? Pois é... Podemos definir que relacionamentos são núcleos de intercessão, não estão contidos um no outro.

Toda mulher, seja qual idade que tenha, busca sua felicidade. A eterna busca que pode estar – ou não – necessariamente em um homem. Ansiedade, estress, depressão, alegria, euforia, foco total, determinação, sonhos... Nossa!!! Quanta coisa a gente tem guardada dentro de cada um de nós. Não importa se temos entre 30 ou 40 anos, se somos mulheres, homens, gays, lésbicas ou simpatizantes.

Somos pessoas.
Pessoas que sempre procuram suprir as lacunas que nunca estão completas.

Vivemos em um mundo que cada vez mais se tem menos. Cada vez menos pessoas são classificadas por raça, sexo, idade ou quantas geladeiras se têm em casa. Cada qual quer ser único e, é óbvio, a tendência é que pessoas com vivências e pensamentos em comum formem um Kibutz.

Para quem não sabe, o Kibutz na comunidade judaica são pessoas reunidas para, entre outras coisas, educar as crianças. Voltamos a isso, aos filhos da sociedade. Afinal criamos os nossos filhos para o mundo.

Contamos com quem podemos, e o que descobrimos recentemente é a cumplicidade daqueles que passam pela mesma situação. A vida não é fácil. Quem mandou nego queimar a porra do sutiã [frase de uma sábia balzaquiana].

Ninguém precisa ser super-mulher ou super-homem, basta pedir socorro na hora certa. Para o que quer que seja não estamos sozinhos. Definitivamente não precisamos estar.

Estamos aqui, cada um ajudando do seu jeito, no que for preciso. Só é preciso lembrar das nossas necessidades, pois como seres humanos, não teremos nunca todas as respostas.

Foi a partir desta necessidade, deste Kibutz, que criamos o Desbancando Balzac. Um espaço para expressar em palavras, vivências comuns entre pessoas.

Sejam elas quem forem.

Como diriam nossos avós: "No fim tudo dá certo. Se não está certo, não chegou ao fim".

2 comentários:

  1. Caras padawan,

    Sábias palavras! O que importa é que no caminho para a felicidade a gente pare para ver à vista e apreciar o momento. Mesmo que "o caminho menos percorrido", salve Drummnond, não seja nada fácil.

    Bjs

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